Ao que parece, por volta de 2000, Cavaco (e, não esquecer, também a sua filha) compraram, fora da bolsa, acções não cotadas da SLN, dona do BPN.
Na altura, o BPN era uma banco conceituado, oferecendo aplicações com bons juros, onde muita gente e também vários organismos do Estado tinham depósitos.
Uns tempos depois, em 2003, Cavaco (e a sua filha. Então...??? Ninguém fala nela...???) venderam essas acções, obtendo uma mais valia (ou, depreciativamente, um "lucro") de 140%. Sabe-se lá porquê, esta venda veio para a imprensa, mas não "vendeu" muito e caiu no esquecimento.
Uns anos mais tarde, Cavaco candidata-se a Presidente da República e ganha as eleições. O ps estava acabado de chegar ao poder e o primeiro ministro era o mesmo que (ainda) é agora.
Na altura, o BPN era uma banco conceituado, oferecendo aplicações com bons juros, onde muita gente e também vários organismos do Estado tinham depósitos.
Entretanto há eleições para o parlamento europeu, onde o ps leva uma "abada" e eleições legislativas que ps (incompreensivelmente) ganha.
Na altura, o BPN era uma banco conceituado, oferecendo aplicações com bons juros, onde muita gente e também vários organismos do Estado tinham depósitos.
A páginas tantas sobreveio uma crise financeira, ao que dizem causada nos EUA com as "junk bonds" e a crise do imobiliário, e que se propagou para a Europa, atingindo drasticamente vários países.
Nesta altura, depois de anos e anos de distracção, o Banco de Portugal, então capitaneado por um actual vice-presidente do Banco Central Europeu (chama-se a isto um "promoção dourada") detectou várias irregularidades e "negócios escuros" no BPN, as quais originaram uma catadupa de situações (designadamente falta de liquidez) que levaram a que o banco entrasse em grave crise e o governo, sem saber o que fazer mas armado em "super-homem", tivesse "nacionalizado" o banco.
Nesta altura, o BPN que até então era uma banco conceituado, oferecendo aplicações com bons juros, onde muita gente e também vários organismos do Estado tinham depósitos, deixou de o ser e passou a uma cáfila de malandros, mais ou menos conotada com governos e ministros de Cavaco, que se dedicaram a fazer negócios sujos em offshores, sem que a entidade reguladora e fiscalizados - o BdP - tivesse dado conta.
Entretanto chegamos a Dezembro de 2010 e Cavaco é recandidato à Presidência da República. Num frente a frente, um candidato "lateral" mas do ps "actual", resolve relembrar a compra e venda dessas acções. Foi o rastilho que incendiou a pólvora.
Logo o candidato oficial do ps "glosou o mote" e vá de querer explicações do seu opositor Cavaco, por tão "chorudo" "lucro" com a venda das acções, com isso associando-o ainda à vigarice e descalabro financeiro do BPN. E como o candidato poeta é apoiado pelo be, os esquerdalhos todos esganiçaram-se no ataque a Cavaco.
E estávamos neste ponto, não fora uma elegante deputada ter recordado que o candidato poeta e "acusador", quando era deputado, tinha feito uma "propagandazita" (naturalmente, paga) na revista do semanário de maior tiragem no país, a um outro banco, o BPP, que também "deu com os burrinhos em terra"... É no que dá a paixão pela caça e pelas muito "british" e elitistas "
Purdey's"...
Depois disto tudo, uma pergunta: porque é que não se falou e discutiu tudo isto na altura devida - quando se soube da venda das acções - e depois se pôs definitivamente uma pedra sobre o assunto?
Só agora, no meio de uma campanha eleitoral, é que um candidato considera "conveniente" "esclarecer" estas coisas, "atirando à cara" de um seu opositor, sinuosamente, as "mais valias" que este obteve há quase dez anos...???
Não há mais nada para fazer? A política resume-se a isto? Não basta estarmos "entalados" numa crise que nos arrasta para o abismo e ainda temos que aturar este constante "chafurdar" em "temas" deste jaez?
Já vale tudo na política? Ou será que já batemos mesmo no fundo, em todos os aspectos?