Ontem à tarde uma dependência bancária foi assaltada, tendo os assaltantes feito reféns. O sequestro prolongou-se pela tarde e entrou pela noite dentro.
A televisão - que vive de "audiências", sendo que as "audiências" adoram "sangue" - transmitia em directo do local quando a polícia, perante a eminente ameaça à vida dos reféns pelos sequestradores, não teve outra solução que não disparar a matar para pôr termo à situação.
Morreu um dos assaltantes, outro ficou gravemente ferido, mas felizmente que ambos os reféns sairam ilesos. Resta dizer que os dois assaltantes eram de nacionaliade brasileira.
Como não podia deixar de ser os leitores das notícias electrónicas não deixam de dar a sua opinião sobre o caso. Uns acham que a polícia actuou muito bem ao matar os assltantes, que "ainda por cima eram brasileiros", e que agora sentem-se muito mais seguros. Outros, acham que a actuação da polícia, como de costume, foi excessiva, porque não satisfez todas as exigências dos assaltantes, o que revela o espírito xenófobo dos portugueses e a mania da polícia de impor regras pela força. Enfim ...
Curioso é que o problema não reside na polícia, não reside nos assaltantes, não reside nos comentadores e seus comentários.
O problema reside numa Europa à qual nós pertencemos e que, em nome de uns ditos "valores" que não se sabe bem em que consistem, se encontra completamente desprotegida de ameaças exteriores, designadamente ao não conseguir controlar de forma eficiente as entradas e, fundamentalmente, a circulação no espaço Schengen, assim colocando todos os países que dele fazem parte à mercê de quem entra.
Mas o problema reside também no nosso país e nas suas leis sobre (des)controlo da imigração. A esquerda - que, perante o insucesso do marxismo, se dedica agora a "desconstruir" coisas, designadmente países - entende que a todo o "bicho careta" que entra num país deve ser logo concedida a nacionalidade, sem cuidar de saber quem é o visitante, de que valores é portador, quais são as suas reais intenções e se o país está em condições de o receber. Para essa esquerda - que é bastante transversal - quem defenda critérios para controlo da imigração é logo apodado de racista, fascista ou xenófobo - assim calando qualquer oposição à sua "descontrução" do país ...
E é com estes critérios e políticas destas que hoje nos vemos expostos a situações como a que ocorreu. Situação que seria bem escusada e evitável se houvesse um verdadeiro controlo dos emigrantes - que são bem vindos, se vierem por bem - e se a segurança pública fosse uma sensação e sentimento apercebidos de modo geral no país e logo transmitido a quem chega, funcionando de forma dissuasora.
Mas não. Nada disto existe. Existe apenas aquela reacção de dizer que "os assaltantes eram brasileiros". Uma coisa destas incomoda, de tão primária e xenófoba. Mas incomoda também por ser o espelho dos sentimentos a que a imigração sem controlo e a insegurança que a ela é associada fizeram chegar este país.
E tudo isto porque "em nome da paz se não tomam medidas que evitem a guerra" ...