A sugestão, feita pelo primeiro ministro, de "emigração" dos professores excedentários, levantou uma
pequena vaga de
clamores.
Algumas notas sobre as "indignações":
O que os "indignados" parecem esquecer é que não apenas os professores - ou, em boa verdade, aqueles que aspiram a vir a ser professores - que têm problemas de emprego. Engenheiros, arquitectos, licenciados em direito, têm cada vez mais demandado países lusófonos, países da UE, os USA ou países asiáticos, à procura de emprego. Porque razão, então, tanta "indignação" com a afirmação do primeiro ministro? Porque razão é que o Estado tem que se "ensarricar" de professores, só para lhes arranjar emprego, mesmo que eles não sejam necessários...???
O problema de emprego é, em geral, um problema de todos os licenciados, agora "mestres", que "saem" das faculdades, em doses industriais. O problema dos licenciados, agora "mestres", é que verdadeiramente foram enganados quando lhes disseram que tirar um curso superior dava emprego garantido. O que um curso superior dá é, quando muito, formação superior - o que até nem é completamente verdade porque há cada vez mais licenciados, agora "mestres", que são totalmente incultos e ignaros, apesar do "canudo".
O problema do desemprego de licenciados, agora mestres, é que as universidades transformaram-se numa verdadeira "fábrica de chouriços", criando cursos incríveis e "formando" em série gente que, à partida, se sabia que dificilmente ou nunca iriam arranjar um emprego compatível com as suas habilitações.
Em contrapartida, estimulou-se a ideia de que ser-se agricultor ou torneiro-mecânico ou electricista especializado ou canalizador eram profissões menores.
Agora, mesmo que não tenham jeitinho nenhum nem "saibam a ponta de um chavelho" são todos professores, engenheiros, arquitectos, juristas, etc. Mas desempregados...
Talvez assim se compreendam melhor porque se fazem determinas sugestões...