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Pharmácia de Serviço

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Silêncios

É notório um pesado silêncio sobre o discurso de ontem, na Conferência Portugal em Exame, e sobre o artigo de hoje, no Público, do ministro das Finanças .
Diz o ministro, neste artigo:
Para que fique bem claro, hoje o problema é este: preparar o sector público para viver com menos quatro mil milhões de euros por ano. Abater este quatro mil milhões de euros até 2008 é difícil, mas tem de ser possível.
Antes de mais 4 mil milhões de euros correspondem a, aproximadamente, 802 milhões de contos.
Não deixa de ser irónico que as medidas preconizadas anteriormente de contenção na despesa pública, e que valeram remoques e reparos aos anteriores governos sejam exactamente as mesmas que agora são defendidas pelo ministro das finanças.
Não vale dizer que estas são acompanhadas de outras medidas que irão reforçar a economia: irão, se forem. Certo é que tem que haver (como tinha que haver, como terá que haver) cortes na despesa pública. Mas reduzir 802 milhões de contos na despesa do sector público é obra.
O ministro disse vagamente onde é que vai cortar: transferências correntes e despesas com pessoal. Não disse ainda como é que vai cortar.
De novo redução de despesas ao nível do pessoal da administração pública.
Reacções: nenhumas!
O ministro tornou a insinuar que o déficit não se contém sem uma aumento significativo da receita fiscal e essa não se obtém senão com recurso ao aumento de impostos.
Ninguém reage!
A imprensa "dá" a notícia, não escreve catilinárias com intuito de "esclarecer" e "formar" a opinião pública.
Os "bem pensantes", moita carrasco!
O déficit escessivo está anunciado, ainda que de forma implícita, e tacitamente aceite. Anunciadas estão as sanções de Bruxelas por excesso de déficit, em violação do pacto de estabilidade e crescimento.
De reacções, nada!
Sobre "a vida para além do déficit", nada!
Estamos num tempo de déficit. A ínica coisa que abunda é um pesado silêncio!
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