Dinossauros I
Segundo o último comunicado do Conselho de Ministros, um enorme asteróide aproxima‑se da política portuguesa, em rota de colisão.
Prevê-se que no ponto de impacto, venha a provocar uma cratera ainda maior que a de Chicxulub, na península de Yucatán, Golfo do México, o que será causa determinante da extinção da ultima espécie de dinossauros terrestres: o dinossauro político “definitivo” (há ainda uma variante: o dinossauro político “provisório”, mas que é portador de um gene de auto-extinção), denominados cientificamente tiranossaurus politicus definitivus.
Assim, o Cretáceo político português pode estar a chegar ao seu termo!
O asteróide foi denominado, por votação maioritária, Philosophus – em honra do grande filósofo grego, que “criou” a filosofia (mas que, não obstante, acabou condenado pelos seus concidadãos).
O tiranossaurus politicus definitivus é uma espécie de dinossauro, mais ou menos comum em Portugal, com uma couraça virtualmente impenetrável, com subespécie de diversas tonalidades, desde o vermelho, passando pelo rosa até ao laranja. Uma subespécie praticamente já extinta, apresentava umas bonitas tonalidades azul e amarela.
Este tipo de dinossauro resultou da evolução de certos políticos, que em virtude das especiais condições de ambiente, e face à inexistência ou incapacidade dos predadores naturais, geralmente outros políticos (esta espécie é antropofágica), passou a esta forma ameaçadora, de enorme envergadura e peso, dotada de mandíbulas poderosas e dentes afiados, capazes de derrotar e devorar quem quer que se lhes pretenda opor.
Assim, para evitar esta evolução, a partir de agora, nem primeiros-ministros, nem presidentes dos governos regionais nem presidentes de câmaras podem ser indefinidamente nomeados ou eleitos para esses cargos.
Depois de aturados estudos, foi determinado que o processo evolutivo se desencadeia pela permanência de doze anos no cargo de primeiro-ministro ou de presidente do governo regional e ao fim de três mandatos sucessivos como presidente de câmara municipal ou de junta de freguesia.
Por isso, a bem da renovação dos ares (esta espécies libertam inicialmente um aroma oloroso e muito agradável, que se vai transformando, com o tempo, numa insuportável pestilência), estes políticos devem ficar “de pousio” no quadriénio ou mandato seguinte, para “adormecer” o processo evolucionário, ao mesmo tempo que ganham calor para novo período de doze anos naquelas funções. Uma outra forma de “pousio” é passarem a dedicar-se a outra actividade política. Isto permite, simultaneamente estimular o desenvolvimento de outro tipo de político – o político fac tótum – que se irá especializar em substituir aqueles políticos (agora designados político línea intermissi ou político traço descontínuo, que passa as ser o novo estádio da evolução dos políticos). E isto ainda que algumas comunidades de autóctones persistam em proteger os dinossauros politicus politicus definitivus.
Certo é também que, os estudos feitos vieram demonstrar que a forma de dinossauro politicus legatus orator major (com habitat típico em hemiciclo) ou minor (habitat típico em sala rectangular), por, maioritariamente, ser absolutamente inofensiva (em alguns casos, absolutamente indolente e com tendência para inacção) não sofrerá quaisquer efeitos, devido ao facto de segregar uma substância, denominada lex ou ordinatio, que além de os proteger de qualquer efeito externo, revitaliza-os e alonga-lhes a vida, permitindo-lhes que permaneçam nessas funções por período indefinido, sem sofrer qualquer mutação.
Aliás teme-se que os dinossauros politicus politicus definitivus venham a evoluir, como se começa a notar em alguns casos, para uma qualquer destas última formas, designadamente de dinossauro politicus legatus orator major – o que pode vir a obrigar a criar um sistema de remoção post-mortem do seu habitat, pois corre-se o grave risco de os indivíduos desta espécie, seguindo o seu instinto, definharem, por falta de acção!
Prevê-se que no ponto de impacto, venha a provocar uma cratera ainda maior que a de Chicxulub, na península de Yucatán, Golfo do México, o que será causa determinante da extinção da ultima espécie de dinossauros terrestres: o dinossauro político “definitivo” (há ainda uma variante: o dinossauro político “provisório”, mas que é portador de um gene de auto-extinção), denominados cientificamente tiranossaurus politicus definitivus.
Assim, o Cretáceo político português pode estar a chegar ao seu termo!
O asteróide foi denominado, por votação maioritária, Philosophus – em honra do grande filósofo grego, que “criou” a filosofia (mas que, não obstante, acabou condenado pelos seus concidadãos).
O tiranossaurus politicus definitivus é uma espécie de dinossauro, mais ou menos comum em Portugal, com uma couraça virtualmente impenetrável, com subespécie de diversas tonalidades, desde o vermelho, passando pelo rosa até ao laranja. Uma subespécie praticamente já extinta, apresentava umas bonitas tonalidades azul e amarela.
Este tipo de dinossauro resultou da evolução de certos políticos, que em virtude das especiais condições de ambiente, e face à inexistência ou incapacidade dos predadores naturais, geralmente outros políticos (esta espécie é antropofágica), passou a esta forma ameaçadora, de enorme envergadura e peso, dotada de mandíbulas poderosas e dentes afiados, capazes de derrotar e devorar quem quer que se lhes pretenda opor.
Assim, para evitar esta evolução, a partir de agora, nem primeiros-ministros, nem presidentes dos governos regionais nem presidentes de câmaras podem ser indefinidamente nomeados ou eleitos para esses cargos.
Depois de aturados estudos, foi determinado que o processo evolutivo se desencadeia pela permanência de doze anos no cargo de primeiro-ministro ou de presidente do governo regional e ao fim de três mandatos sucessivos como presidente de câmara municipal ou de junta de freguesia.
Por isso, a bem da renovação dos ares (esta espécies libertam inicialmente um aroma oloroso e muito agradável, que se vai transformando, com o tempo, numa insuportável pestilência), estes políticos devem ficar “de pousio” no quadriénio ou mandato seguinte, para “adormecer” o processo evolucionário, ao mesmo tempo que ganham calor para novo período de doze anos naquelas funções. Uma outra forma de “pousio” é passarem a dedicar-se a outra actividade política. Isto permite, simultaneamente estimular o desenvolvimento de outro tipo de político – o político fac tótum – que se irá especializar em substituir aqueles políticos (agora designados político línea intermissi ou político traço descontínuo, que passa as ser o novo estádio da evolução dos políticos). E isto ainda que algumas comunidades de autóctones persistam em proteger os dinossauros politicus politicus definitivus.
Certo é também que, os estudos feitos vieram demonstrar que a forma de dinossauro politicus legatus orator major (com habitat típico em hemiciclo) ou minor (habitat típico em sala rectangular), por, maioritariamente, ser absolutamente inofensiva (em alguns casos, absolutamente indolente e com tendência para inacção) não sofrerá quaisquer efeitos, devido ao facto de segregar uma substância, denominada lex ou ordinatio, que além de os proteger de qualquer efeito externo, revitaliza-os e alonga-lhes a vida, permitindo-lhes que permaneçam nessas funções por período indefinido, sem sofrer qualquer mutação.
Aliás teme-se que os dinossauros politicus politicus definitivus venham a evoluir, como se começa a notar em alguns casos, para uma qualquer destas última formas, designadamente de dinossauro politicus legatus orator major – o que pode vir a obrigar a criar um sistema de remoção post-mortem do seu habitat, pois corre-se o grave risco de os indivíduos desta espécie, seguindo o seu instinto, definharem, por falta de acção!