"Chumbos" em massa!
Perante a hecatombe dos exames nacionais do 9º ano, começa o (já tradicional) coro de reacções, a sacudir a água do capote (em face de resultados que, num país com cabeças responsáveis governadas por responsáveis com cabeça, fariam certamente “rolar”, ao menos, algumas delas. Mas como não se pode fazer “rolar” o que não há …)
A ministra da educação – cujo ministério, desde há muitos anos, nem sequer é capaz de dar instrução quanto mais educação – começou por desresponsabilizar alunos e professores porque a culpa da quantidade absurda de “negativas” em ambas as disciplinas em apreciação resultou de “problemas de condições de ensino e de aprendizagem”.
Resumindo: é do sistema!
É evidente que à senhora ministra não convém hostilizar mais os sindicatos de professores (a ver se as medidas de “contenção” do governo passam sem mais greves ou sem necessidade de dar “contrapartidas” de “valor” muito superior aos daquelas medidas, como já está a acontecer na GNR e PSP e militares), nem assacar aos meninos a sua bandalheira e falta de estudo (senão os papás e as mamãs [se bem que não todos, felizmente] e os meninos “matulões” (que já tinham mais que idade para trabalhar mas ainda só estão no 9º ano) vêm dizer que o estado faz exames quando devia fazer “passagens administrativas” (como no tempo do PREC).
Para os sindicatos é evidentíssimo. “Duas razões numa só” explicam a “dêbacle”:
- os exames foram mal preparados pelo Ministério da Educação, o que contribuiu para os resultados negativos obtidos a Matemática onde sete em cada dez alunos do 9º ano chumbaram e mais de um quinto dos estudantes tiveram a classificação mais baixa numa escala de um a cinco - números estes "completamente intoleráveis".
- "É completamente ilegítimo" culpar os docentes pelos maus resultados dos alunos, pois "não se tomaram medidas no sentido de as metodologias usadas pelos professores serem orientadas para os exames nacionais".
Resumindo: a culpa é do ministério!
A estas vêm “ajuntar-se” outras “pérolas” do seguinte género:
"A ausência de uma prova modelo que tivesse sido testada pelos alunos e que os preparasse antes do exame também contribuiu (para os resultados), assim como o início tardio do ano lectivo".
É preciso combater a ideia de que é normal ter maus resultados a Matemática, logo no pré-escolar, a partir dos três anos de idade",
É preciso uma melhoria da formação inicial dos professores de Matemática e a promoção da formação contínua destes docentes.
“É preciso promover um aumento das qualificações dos adultos, uma vez que os pais dos alunos que hoje têm insucesso a Matemática já tiveram, também eles, maus resultados na disciplina, tendo por isso dificuldade em ajudar os filhos".
Resumindo, a culpa é:
- de não haver uma disciplina que prepare exclusivamente os alunos para a feitura de exames – que se poderia chamar de “examinologia”, e que lhes permitiria imediar e aperfeiçoar a ciência de responder a perguntas sobre a matéria ensinada!
- de não haver no programa escolar uma disciplina que ensine o que vai ser perguntado aos alunos nos exames – que se poderia chamar de “matemática” quando as perguntas incidissem sobre números, e “português” se as questões examinativas tivessem letras por objecto.
- da insuficiência da formação inicial dos professores - o que significa que o produto de uma formação inicial insuficiente de professores não é um professor mas um “quase-professor”, que, por isso, não deve ensinar por não deter a habilitação suficiente para tal. Ora, se não deve ensinar, para quê a formação contínua de quem nem sequer tem a formação básica?
- do leite da mãe e do leite em pó, até 1 ano de idade, das papas milupa e cerelac a partir dessa idade, já que deviam conter um ingrediente que abrisse o “apetite” do “infante” para a matemática e o português escolares, e lhe despertasse a facilidade na realização de exames no 9º ano quando até então nunca fez nenhum exame e “transitou” de ano sempre “ao colo” dos professores (por causa da chatice da justificação das “retenções”, vulgamente “chumbo”) ou dos papás (que acham que o filhinho, apesar de um absoluto ignaro, deve sempre passar de ano, para não ficar “traumatizado” e porque com o tempo há-de aprender).
- dos pais que também tiveram negativas a matemática, porque não sabem matemática para ensinar aos filhos que, por via disso, tiveram agora negativa a matemática. Ora, como se sabe, é pressuposto evidente e indispensável do bom funcionamento do actual sistema público de ensino, a atribuição aos pais, (ou substitutivamente, aos “explicadores”, essa “indústria” não tributada, necessidade ou verdadeira “indispensabilidade”, “criada” por esse sistema, não se sabe bem [ou não se quer saber] porquê e para quê ….) do ensino, em casa, do programa oficial de matemática que devia ser ensinado e devidamente avaliado nas escolas.
Contudo, porque nem todos os pais sabem, podem desenvolver estas “competências” ou fazer-se substituir por “explicadores”, os filhos destes engrossam as estatísticas de insucesso escolar.
E chama-se a isto sistema democrático de ensino público.
A ministra da educação – cujo ministério, desde há muitos anos, nem sequer é capaz de dar instrução quanto mais educação – começou por desresponsabilizar alunos e professores porque a culpa da quantidade absurda de “negativas” em ambas as disciplinas em apreciação resultou de “problemas de condições de ensino e de aprendizagem”.
Resumindo: é do sistema!
É evidente que à senhora ministra não convém hostilizar mais os sindicatos de professores (a ver se as medidas de “contenção” do governo passam sem mais greves ou sem necessidade de dar “contrapartidas” de “valor” muito superior aos daquelas medidas, como já está a acontecer na GNR e PSP e militares), nem assacar aos meninos a sua bandalheira e falta de estudo (senão os papás e as mamãs [se bem que não todos, felizmente] e os meninos “matulões” (que já tinham mais que idade para trabalhar mas ainda só estão no 9º ano) vêm dizer que o estado faz exames quando devia fazer “passagens administrativas” (como no tempo do PREC).
Para os sindicatos é evidentíssimo. “Duas razões numa só” explicam a “dêbacle”:
- os exames foram mal preparados pelo Ministério da Educação, o que contribuiu para os resultados negativos obtidos a Matemática onde sete em cada dez alunos do 9º ano chumbaram e mais de um quinto dos estudantes tiveram a classificação mais baixa numa escala de um a cinco - números estes "completamente intoleráveis".
- "É completamente ilegítimo" culpar os docentes pelos maus resultados dos alunos, pois "não se tomaram medidas no sentido de as metodologias usadas pelos professores serem orientadas para os exames nacionais".
Resumindo: a culpa é do ministério!
A estas vêm “ajuntar-se” outras “pérolas” do seguinte género:
"A ausência de uma prova modelo que tivesse sido testada pelos alunos e que os preparasse antes do exame também contribuiu (para os resultados), assim como o início tardio do ano lectivo".
É preciso combater a ideia de que é normal ter maus resultados a Matemática, logo no pré-escolar, a partir dos três anos de idade",
É preciso uma melhoria da formação inicial dos professores de Matemática e a promoção da formação contínua destes docentes.
“É preciso promover um aumento das qualificações dos adultos, uma vez que os pais dos alunos que hoje têm insucesso a Matemática já tiveram, também eles, maus resultados na disciplina, tendo por isso dificuldade em ajudar os filhos".
Resumindo, a culpa é:
- de não haver uma disciplina que prepare exclusivamente os alunos para a feitura de exames – que se poderia chamar de “examinologia”, e que lhes permitiria imediar e aperfeiçoar a ciência de responder a perguntas sobre a matéria ensinada!
- de não haver no programa escolar uma disciplina que ensine o que vai ser perguntado aos alunos nos exames – que se poderia chamar de “matemática” quando as perguntas incidissem sobre números, e “português” se as questões examinativas tivessem letras por objecto.
- da insuficiência da formação inicial dos professores - o que significa que o produto de uma formação inicial insuficiente de professores não é um professor mas um “quase-professor”, que, por isso, não deve ensinar por não deter a habilitação suficiente para tal. Ora, se não deve ensinar, para quê a formação contínua de quem nem sequer tem a formação básica?
- do leite da mãe e do leite em pó, até 1 ano de idade, das papas milupa e cerelac a partir dessa idade, já que deviam conter um ingrediente que abrisse o “apetite” do “infante” para a matemática e o português escolares, e lhe despertasse a facilidade na realização de exames no 9º ano quando até então nunca fez nenhum exame e “transitou” de ano sempre “ao colo” dos professores (por causa da chatice da justificação das “retenções”, vulgamente “chumbo”) ou dos papás (que acham que o filhinho, apesar de um absoluto ignaro, deve sempre passar de ano, para não ficar “traumatizado” e porque com o tempo há-de aprender).
- dos pais que também tiveram negativas a matemática, porque não sabem matemática para ensinar aos filhos que, por via disso, tiveram agora negativa a matemática. Ora, como se sabe, é pressuposto evidente e indispensável do bom funcionamento do actual sistema público de ensino, a atribuição aos pais, (ou substitutivamente, aos “explicadores”, essa “indústria” não tributada, necessidade ou verdadeira “indispensabilidade”, “criada” por esse sistema, não se sabe bem [ou não se quer saber] porquê e para quê ….) do ensino, em casa, do programa oficial de matemática que devia ser ensinado e devidamente avaliado nas escolas.
Contudo, porque nem todos os pais sabem, podem desenvolver estas “competências” ou fazer-se substituir por “explicadores”, os filhos destes engrossam as estatísticas de insucesso escolar.
E chama-se a isto sistema democrático de ensino público.