Água mole ...
Dos conimbricences - também conhecidos como "coimbrinhas" por força do seu "rasgo", da sua largueza de visão, da sua ambição quanto à sua cidade e ao futuro dela, da sua capaciade de sacrifício e de luta tendo em vista o bem comum e da colectividade - ainda nada se ouviu.
Contudo é publico e notório que a cega obstinação do governo pretende levar para Souzelas a co-incineração, repescando o processo que ficou parado há alguns anos.
O governo pretende fazer crer á cidade e aos respectivos habitantes que a co-incineração é uma coisa boa que até dá "pontes" (ainda que as instruções de montagem não venham completas e muitas peças não se encaixam bem umas nas outras).
Ou antes, o governo o governo está-se absolutamente nas tintas para o que os conimbricences pensam da co-incineração e se a querem ou não.
Verdadeiramente importante é que ela já foi defendida pelo senhor pruimeiro ministro quando era ministro do ambiente e o que o senhor primeiro ministro diz é para se fazer (quer se goste ou não).
Coimbra há muito que não tem indústria - a não ser a da construção civil.
Uma qualquer epidemia (eventualmente, uma sequela do espírito "coimbrinha") fez acabar com toda a "cintura industrial" de Coimbra, que até ao último quartel do século passado era pujante. Quem não se lembra das bolachas Triunfo, da cerveja Topázio, a cerveja da Coimbra (que, ignomínia das ignomínias, continua a ser produzida pela Central de Cervejas, na sua fábrica de Vialonga, com água do Alviela!), dos lavatórios e sanitas da Ceramica Estaco, dos tecidos de Santa Clara e da Mondorel, da fundição Portos, das caldeiras da Termec.
Hoje, os locais dessas unidades fabris aprestam-se, não tarda, a tonar-se palco da indústria de Coimbra - a construção civil.
Ora, se em Coimbra (já) não há produção de resíduos industriais perigosos que careçam de ser co-incineradas, porque razão, então, é em Coimbra que eles virão ser incinerados?
Se a Coimbra já nada mais resta que um pouco de "bom ambiente", poqure razão retirar-se-lhe até isso!
A arrogância do governo raia a tirania.
A obstinação com a instalação da co-incineração em Coimbra, não mais pretende ser do que uma manifestação da total subjugação da cidade à vontade do tirano. É a "pax romana" co-incinerativa (ou na versão de Solnado, mais adquado ao caso, "quer queiras quer não hás-de ser bombeiro voluntário").
Se dantes seriam necessários dois centros de co-incineração para proceder ao tratamento de todos os resíduos industriais perigosos, agora com seu tratamento nos CIRVER sobram apenas menos de 20% desses RIP cuja solução (mais práctica) de tratamento será a co-incineração.
Então para quê insistir em dois centro de co-incineraçao, um deles em Souselas? Não chega um só?
Ou os aumentos dos impostos para combate ao défice vão servir, afinal, para pagar obstinações?
E em Coimbra, ao que parece, longe vão os tempos em que
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Pobre cidade!
Evidentemente que a opção por Souselas prende-se, definitivamente, com o facto de ter que ser instalado um sistema de co-incineração numa (qualquer) fábrica de cada um dos grupos cimenteiros. Sendo que Maceira-Liz recusou a instalção da co-incineração, caba a Souselas ficar com este ónus, já que "do outro lado" Outão está a caminho.
É que a co-incineração é também um grande negócio para as cimenteiras: para além das compensações financeiras que recebem pela instalação desse sistema bem como pela realização da queima, o material a ser co-incinerado, substitui, se não totalmente, ao menos na quase totalidade, o combustível para os fornos do cimento. Ora este material é entregue às cimenteiras "de graça".
Ainda assim, desconhece-se que esteja prevista qualquer descida no preço do cimento.