Pois, pois: pimenta no #% dos outros é refresco...
Parece que para o PCP “Não é obrigatório que à demissão do primeiro-ministro suceda a dissolução do Parlamento” ... excepto quando o primeiro ministro seja do psd e haja uma maioria absoluta psd-cds na assembleia da república que o apoia...
Senão vejamos o que dizia uma Resolução do Comité Central do PCP de 12 Dezembro 2004
A dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas para 20 de Fevereiro constituem uma importante vitória de todos quantos corajosamente lutaram, resistiram e se opuseram à acção dos governos de maioria PSD-CDS, uma vitória dos que não se resignaram com a perspectiva de assistir passivamente à política de destruição de conquistas e direitos. A derrota da direita e do seu governo é também uma derrota do conformismo, uma expressiva confirmação do valor da luta e dos seus resultados, uma concludente prova do fracasso e da impossibilidade das políticas de direita de darem resposta aos problemas dos trabalhadores e do país. O Comité Central do PCP sublinha que as eleições antecipadas constituem uma oportunidade para um abrir de esperança e para um virar de página sobre o continuado rasto de desencanto, dificuldades e acentuação de desigualdades que vinte e oito anos de políticas de direita têm deixado no país.
Vale a pena lutar
A dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições são inseparáveis da contribuição decisiva da luta e da resistência contra a política do governo para o seu descrédito e isolamento e de se ter mantido e insistido nesse objectivo, não apenas como uma perspectiva e necessidade, mas também como uma possibilidade real. A actual situação prova a justeza da posição do PCP que, ao contrário de outros partidos de oposição, nunca se resignou diante da propalada inevitabilidade da coligação governamental prosseguir até 2006 a sua obra de devastação e de destruição e que, desde a primeira hora, abriu perspectivas e encorajou a luta para o impedir.
Valeu e vale a pena lutar. A luta da classe operária e dos trabalhadores, nomeadamente da administração pública, do sector empresarial do Estado e do sector privado, em defesa do direito ao trabalho, da contratação colectiva e de salários justos e contra o pacote laboral; a luta dos reformados e pensionistas por pensões dignas e por respostas adequadas às suas necessidades; a luta da juventude por saídas profissionais e contra a privatização do ensino; a luta das mulheres pela melhoria da qualidade de vida, da sua participação em igualdade e contra a injusta e retrógrada criminalização imposta pela legislação do aborto; a luta das forças de segurança e de sectores das forças armadas pela reclamação das suas principais aspirações profissionais; a luta dos utentes em defesa dos serviços públicos; a luta dos agricultores, pescadores, micro, pequenos e médios empresários pelos direitos dos respectivos sectores e contra as políticas de destruição da economia — testemunham o papel central que a intervenção combativa das massas pode desempenhar na evolução da vida política, no condicionamento e resistência ao desenvolvimento das políticas de direita, mesmo se suportadas numa maioria parlamentar, na contribuição decisiva que pode ser chamada a dar para uma viragem no rumo da política se associada a uma opção eleitoral que corresponda inteiramente às razões e objectivos da sua luta.