A ler...
Antigamente, as aldeias possuíam o seu maluquinho oficial. Hoje, as campanhas das “autárquicas” indiciam que os maluquinhos são inúmeros e concorrem todos a cargos políticos.
Em abono da verdade, convém notar que, após as eleições, esses transtornos emocionais cedem lugar à realidade. Infelizmente, a realidade não é muito melhor. Para A, B, C, D e E (F, entretanto, foi internado), consiste na edificação de pavilhões inúteis, no patrocínio de “certames” (inevitavelmente “patentes” nos pavilhões), na “implantação” de rotundas, em encomendas de obras “artísticas” (entulho para enfeitar as rotundas) e nas gerais maravilhas do serviço público, consubstanciadas nos trinta e sete meses que a junta demora a remendar um canteiro. Sobretudo as autarquias existem para providenciar um salário aos autarcas, uns favores aos compinchas que ajudaram a eleger os autarcas e uns empregos à quantidade de munícipes suficiente para, em teoria, assegurar a reeleição dos autarcas.