A mania do miserabilismo (mais) rasca e popularucho...
Marcelo Rebelo de Sousa decidiu ir a França assistir ao Portugal-País de Gales. Como estava em Trás-os-Montes, apanhou em Bragança um dos três Falcon que estão à disposição do governo e da Presidência para deslocações oficiais. O Correio da Manhã deu conta disso na quinta-feira. Título: “Viagem de Marcelo para ver o Euro custa 14 mil euros”. E apresentava as contas...
...para espanto de todos, eis que surge uma nova notícia no Correio da Manhã de ontem: “Marcelo paga a fatura da viagem do próprio bolso”.
Nunca na minha vida achei que o Presidente do meu país tivesse de estar envolvido em colectas para representar Portugal num Europeu. Porque das duas, uma. Ou aquilo foi uma viagem privada do adepto Marcelo, ou aquilo foi uma viagem pública do Presidente Marcelo. No primeiro caso, Marcelo deveria ter ido por sua conta. No segundo caso, é inconcebível que o Presidente da República se sinta na obrigação de custear parte do combustível de um avião que existe para transportar Presidentes da República. Isto já não é boa gestão da coisa pública. Isto é o miserabilismo tornado política oficial da nação.
...gestos de contenção e exemplos de modéstia, convém não cair no ridículo. A democracia tem custos. Se os portugueses concluírem que Marcelo viajou demais e andou a ir demasiado à bola, logo tratarão de ajustar contas em 2021. Para já, mais vale cortar na demagogia do que no combustível. O país está meio falido, mas, que se saiba, ainda não é uma mercearia.