Uma completa ladroeira...
Quase 300 médicos receberam em média 13 mil euros por mês em hospitais do SNSe foram detectados pagamentos extraordinários feitos a médicos que estavam no seu horário normal de trabalho.
Foi o "assalto corporativo" que, de há quase quarente anos a esta parte, persistente e sistematicamente, tem sido efectuado não só ao controle das instituições públicas por certos corpos de agente corporativos – de que são exemplo os médicos, mas também os professores "do liceu" (tivemos um bom exemplo há pouco tempo, com as greves aos exames) e os docentes do ensino superior (para os quais foi "inventada" e constitucionalmente consagrada uma pretensa "autonomia universitária", não apenas no âmbito da livre docência e investigação mas, fundamentalmente, na possibilidade de um auto-governo autárquico, com autonomia administrativa financeira e patrimonial), para não falarmos na "casta" dos autarcas (que, com as "suas" autarquias "maila" a ANMP, formam um verdadeiro "país paralelo") – como, especialmente, à obtenção para esses diferentes "corpos corporativos" de um especial estatuto funcional e de regalias e prebendas profissionais e remuneratórias que, no final acabam por permitir perfeitos abusos – mas dos quais se recusam abrir mão, justificando esse privilégio pela sua especificidade e diferenciação da sua "superior" e "especial" função quando comparada com a dos demais funcionários públicos o que os leva a ser merecedores de todos esses privilégios e prebendas ... mas que acaba sempre por conduzir, com demasiada frequência, a abusos como os relatados...