A sepultura...
O estudo com o título "Public Sector Shock: The impact of policy retrenchment in Europe", que conta com a colaboração de especialistas de vários países, caracteriza uma Europa que desvaloriza cada vez mais os funcionários públicos
De acordo com o mesmo estudo, os funcionários públicos estão a ser muito afectados pelos cortes nos salários - mais do que os do privado - num fenómeno particularmente visível em Portugal.
...O sector público português deixou de ser atractivo para os jovens mais qualificados e que a austeridade poderá comprometer a qualidade dos serviços públicos
Apesar da crise que o país atravessa ser uma crise de todos - repete-se, de todos e não apenas de alguns - o que presentemente acontece é que apenas a função pública é convocada para lhe dar a maior resposta e, nesse âmbito, é estabelecida uma "zona de isenção de (qualquer) sacrifício" aos grupos de pessoal menos qualificados, onerando-se apenas, de forma gravemente sensível, os dirigentes e as categorias superiores, os quais suportam totalmente os cortes e o sacrifícios que deveriam ser de todos.
Ou seja: as actividades menos qualificas e que exigem menos ou nenhumas habilitações, são protegidas e, comparativamente, mais bem remuneradas; as actividades mais qualificadas, exigindo a posse de grau académico do ensino superior, são depreciadas, fazendo reverter sobre elas toda a pressão da contenção. Ora isso dá origem a vencimentos cada vez mais baixos e menos atractivos, comparativa e nominalmente. Por ouro lado a fuga para a reforma está a deixar a função pública depauperada dos trabalhadores mais experientes e conhecedores.
Isso dará origem a que a função pública, dentro de pouco tempo, estará reduzida a gente das categorias mais baixas, que dominam através dos sindicatos, perpetuando as suas constantes reivindicações, mas pouco ou nada preparadas para tarefas de maior exigência, e por tal, incapazes de assumir o funcionamento da máquina da administração. Ao lado teremos licenciados cada vez menos menos habilitados e menos capazes (ou seja, "piores"...), que hão-de acabar por incapacitar o normal funcionamento da administração, transformando-o num verdadeiro inferno de respostas (ainda mais) "broncas" (do que hoje...).
É evidente que este estado de coisas é bom para dois grupos: os menos habilitados (que dominam através de constantes reivindicações de melhores condições e que têm um nível salarial comparativamente mais elevado que o sector privado) e os consultores externos (que são solicitados a suprir a deficiente e insuficiente preparação e capacidade dos técnicos superiores da administração)...
Mas pode-se dizer, sem errar muito, que o Estado anda a cavar a sua própria sepultura...
De acordo com o mesmo estudo, os funcionários públicos estão a ser muito afectados pelos cortes nos salários - mais do que os do privado - num fenómeno particularmente visível em Portugal.
...O sector público português deixou de ser atractivo para os jovens mais qualificados e que a austeridade poderá comprometer a qualidade dos serviços públicos
Apesar da crise que o país atravessa ser uma crise de todos - repete-se, de todos e não apenas de alguns - o que presentemente acontece é que apenas a função pública é convocada para lhe dar a maior resposta e, nesse âmbito, é estabelecida uma "zona de isenção de (qualquer) sacrifício" aos grupos de pessoal menos qualificados, onerando-se apenas, de forma gravemente sensível, os dirigentes e as categorias superiores, os quais suportam totalmente os cortes e o sacrifícios que deveriam ser de todos.
Ou seja: as actividades menos qualificas e que exigem menos ou nenhumas habilitações, são protegidas e, comparativamente, mais bem remuneradas; as actividades mais qualificadas, exigindo a posse de grau académico do ensino superior, são depreciadas, fazendo reverter sobre elas toda a pressão da contenção. Ora isso dá origem a vencimentos cada vez mais baixos e menos atractivos, comparativa e nominalmente. Por ouro lado a fuga para a reforma está a deixar a função pública depauperada dos trabalhadores mais experientes e conhecedores.
Isso dará origem a que a função pública, dentro de pouco tempo, estará reduzida a gente das categorias mais baixas, que dominam através dos sindicatos, perpetuando as suas constantes reivindicações, mas pouco ou nada preparadas para tarefas de maior exigência, e por tal, incapazes de assumir o funcionamento da máquina da administração. Ao lado teremos licenciados cada vez menos menos habilitados e menos capazes (ou seja, "piores"...), que hão-de acabar por incapacitar o normal funcionamento da administração, transformando-o num verdadeiro inferno de respostas (ainda mais) "broncas" (do que hoje...).
É evidente que este estado de coisas é bom para dois grupos: os menos habilitados (que dominam através de constantes reivindicações de melhores condições e que têm um nível salarial comparativamente mais elevado que o sector privado) e os consultores externos (que são solicitados a suprir a deficiente e insuficiente preparação e capacidade dos técnicos superiores da administração)...
Mas pode-se dizer, sem errar muito, que o Estado anda a cavar a sua própria sepultura...