Os assobios
Ontem, o primeiro ministro cessante sócrates foi repetidamente assobiado em Castelo Branco.
Os assobios são um forma (mal educada) de mostrar descontentamento. Não foi a primeira vez que o primeiro ministro cessante foi assobiado. Durante o seu mandato teve imensas cenas semelhantes. Mas ontem foi a primeira vez que ele foi assobiado depois de ter apresentado a demissão e de se terem realizado eleições, que perdeu estrondosamente.
Não deixa de ser curioso que este facto tenha acontecido em Castelo Branco, distrito onde desde 1991 o ps ganhou por larga maioria. Significa isto que certamente entre os assobiantes estavam alguns que terão votado ps ou sócrates em anteriores eleições, já que o psd não ganhava o distrito desde aquele ano.
Quer isto dizer que os mesmos que ajudaram a eleger (guterres em 1995 e 1999 e) sócrates em 2005 e 2009, assobiam-no agora em 2011. Exactamente os mesmo que, perante o desastre financeiro nacional que se prefigurava já em 2009, preferiram votar em quem lhes prometia um país cor-de-rosa e o contínuo alimentar da "mama" no Estado; preferiram isso a mudar de vida e evitar a bancarrota.
Agora, que viram "o cu perto das calças", vá de mudar de voto, decerto que à espera que as coisas voltem ao que eram dantes.
Não houve nada de político na alteração do sentido do voto. O que baseou a decisão de voto foi uma única razão: vendo que quem está no poder já não é capaz de garantir mais benesses e prebendas do Estado, viram-se para outro à espera de voltarem a terem, de novo, as sempre tão almejadas benesses e prebendas do Estado. O que importa sempre - o que desde o 25/4 foi o motivo determinante em todas as eleições - é ver quem "dá mais", ou seja, quem é capaz de ter coragem de exuarir mais e mais depressa os cofres do Estado, para alimentar a voragem colectiva.
Ontem, porque quem lhes prometeu um mirífico país cor-de-rosa, no qual nem uma criança acreditava, deixou de lhes poder dar mais "chupas-chupas" e "arcos-iris", aqueles "manifestantes", "corajosamente", apupam-no.
Porém, em 2009, quando podiam ter ajudado a mudar a governação e assim evitar o desastre, não mudaram; preferiram, antes, continuar a dar alento a uma politica desastrosa mas populista.
Agora que "viram o fundo ao caldeiro" assobiam quem antes aplaudiam e apoiavam por lhes prometer "bacalhau a pataco".
Verdadeiramente, quem merecia ser (bem) assobiado eram os "assobiantes"...
No final, tudo isto faz lembrar uma velha fábula de La Fontaine:
Decrépito o leão, terror dos bosques,
E saudoso da antiga fortaleza,
Viu-se atacado pelos outro brutos,
Que intrépidos tornou sua fraqueza.
Os assobios são um forma (mal educada) de mostrar descontentamento. Não foi a primeira vez que o primeiro ministro cessante foi assobiado. Durante o seu mandato teve imensas cenas semelhantes. Mas ontem foi a primeira vez que ele foi assobiado depois de ter apresentado a demissão e de se terem realizado eleições, que perdeu estrondosamente.
Não deixa de ser curioso que este facto tenha acontecido em Castelo Branco, distrito onde desde 1991 o ps ganhou por larga maioria. Significa isto que certamente entre os assobiantes estavam alguns que terão votado ps ou sócrates em anteriores eleições, já que o psd não ganhava o distrito desde aquele ano.
Quer isto dizer que os mesmos que ajudaram a eleger (guterres em 1995 e 1999 e) sócrates em 2005 e 2009, assobiam-no agora em 2011. Exactamente os mesmo que, perante o desastre financeiro nacional que se prefigurava já em 2009, preferiram votar em quem lhes prometia um país cor-de-rosa e o contínuo alimentar da "mama" no Estado; preferiram isso a mudar de vida e evitar a bancarrota.
Agora, que viram "o cu perto das calças", vá de mudar de voto, decerto que à espera que as coisas voltem ao que eram dantes.
Não houve nada de político na alteração do sentido do voto. O que baseou a decisão de voto foi uma única razão: vendo que quem está no poder já não é capaz de garantir mais benesses e prebendas do Estado, viram-se para outro à espera de voltarem a terem, de novo, as sempre tão almejadas benesses e prebendas do Estado. O que importa sempre - o que desde o 25/4 foi o motivo determinante em todas as eleições - é ver quem "dá mais", ou seja, quem é capaz de ter coragem de exuarir mais e mais depressa os cofres do Estado, para alimentar a voragem colectiva.
Ontem, porque quem lhes prometeu um mirífico país cor-de-rosa, no qual nem uma criança acreditava, deixou de lhes poder dar mais "chupas-chupas" e "arcos-iris", aqueles "manifestantes", "corajosamente", apupam-no.
Porém, em 2009, quando podiam ter ajudado a mudar a governação e assim evitar o desastre, não mudaram; preferiram, antes, continuar a dar alento a uma politica desastrosa mas populista.
Agora que "viram o fundo ao caldeiro" assobiam quem antes aplaudiam e apoiavam por lhes prometer "bacalhau a pataco".
Verdadeiramente, quem merecia ser (bem) assobiado eram os "assobiantes"...
No final, tudo isto faz lembrar uma velha fábula de La Fontaine:
Decrépito o leão, terror dos bosques,
E saudoso da antiga fortaleza,
Viu-se atacado pelos outro brutos,
Que intrépidos tornou sua fraqueza.