Orfandade
É confrangedora a "orfandade" ainda sentida no PSD, ao fim de dez anos de cavaquismo, de mais uns tantos de "deserto político" e uns mais recentes de governação (que, aliás, o próprio PSD se encarregou de deitar "pelo cano abaixo") que se revela nas reacção às declarações de Cavaco na recente entrevista à SIC e no sentimento, que a elas subjaz, de que Cavaco tem uma obrigação de "acautelar" o partido, como se (ainda) fosse o seu "anjo da guarda".
O PSD parece esquecer-se que a sua grandeza, nos tempos de Cavaco, se deveram exclusivamente ao próprio Cavaco. E que Cavaco sabe disso.
Aliás, as recriminações vindas do PSD sobre as declarações mais que previsíveis de Cavaco a propósito da governação Sócrates - depois de todos os sinais anteriores - apenas revelam duas coisas:
- por um lado, uma mais que notória falta de convição e de confiança própria na valia das suas ideias e na força da sua oposição;
- por outro, um indisfarçavel sentimento de "donzela ofendida" que, apoiando Cavaco nas presidenciais, assim mostrava a sua escolha como o seu "cavaleiro andante", e dele esperava que, após a sua vitória eleitoral, erguesse a sua lança e, "à chanfalhada", mandasse, de imediato, "para as profundas dos infernos" o "cavaleiro negro" do Sócrates, "repondo no trono" a sua donzela ...!!!
Ora Cavaco tem mais que fazer. Pretendendo cumprir o seu programa e calandários políticos - que verdadeiramente só ele conhece - não está, agora, para tecer armas pelo (ex-seu) PSD.
Por agora, o governo PS, se não "mijar (demasiado) fora do penico" tem campo livre à sua frente. A troco disso, haverá de apoiar Cavaco na reeleição para o seu segundo mandato.
Depois, Cavaco poderá seguir uma "práctica" que se está a tornar quase "constitucional" dos Presidentes deixarem no poder, no final dos segundos mandatos, o partido a que pertenceram. Ou então deixará para o PSD o trabalho que só a este deve caber: conquistar o poder.
Mas, até lá, que não nos doa a cabeça.
Entretanto, já é mais que tempo do PSD se deixar de "orfandades" infantis.
O PSD parece esquecer-se que a sua grandeza, nos tempos de Cavaco, se deveram exclusivamente ao próprio Cavaco. E que Cavaco sabe disso.
Aliás, as recriminações vindas do PSD sobre as declarações mais que previsíveis de Cavaco a propósito da governação Sócrates - depois de todos os sinais anteriores - apenas revelam duas coisas:
- por um lado, uma mais que notória falta de convição e de confiança própria na valia das suas ideias e na força da sua oposição;
- por outro, um indisfarçavel sentimento de "donzela ofendida" que, apoiando Cavaco nas presidenciais, assim mostrava a sua escolha como o seu "cavaleiro andante", e dele esperava que, após a sua vitória eleitoral, erguesse a sua lança e, "à chanfalhada", mandasse, de imediato, "para as profundas dos infernos" o "cavaleiro negro" do Sócrates, "repondo no trono" a sua donzela ...!!!
Ora Cavaco tem mais que fazer. Pretendendo cumprir o seu programa e calandários políticos - que verdadeiramente só ele conhece - não está, agora, para tecer armas pelo (ex-seu) PSD.
Por agora, o governo PS, se não "mijar (demasiado) fora do penico" tem campo livre à sua frente. A troco disso, haverá de apoiar Cavaco na reeleição para o seu segundo mandato.
Depois, Cavaco poderá seguir uma "práctica" que se está a tornar quase "constitucional" dos Presidentes deixarem no poder, no final dos segundos mandatos, o partido a que pertenceram. Ou então deixará para o PSD o trabalho que só a este deve caber: conquistar o poder.
Mas, até lá, que não nos doa a cabeça.
Entretanto, já é mais que tempo do PSD se deixar de "orfandades" infantis.