Ao balcão da Pharmácia
Entre outros, há pronomes indefinidos que dão agora pelos nomes sorumbáticos de "quantificadores indefinidos", "quantificadores universais" e "quantificadores relativos". Nos advérbios, encontramos coisas alucinantes como "advérbios disjuntos avaliativos", "advérbios disjuntos modais", "advérbios disjuntos reforçadores da verdade da asserção" e "advérbios disjuntos restritivos da verdade da asserção". O sujeito indefinido passa a ser o luminoso "sujeito nulo expletivo". O "aposto ou continuado" chama-se bombasticamente "modificador do nome apositivo", podendo ser do tipo "nominal", "adjectival", "proposicional" ou "frásico"...
Isto posto, o que é que leva a ministra da Educação a aceitar um conjunto de enormidades deste tipo e a desatender as muitas objecções que, sem dúvida, lhe chegaram da parte de inúmeros professores?
Quem são os responsáveis que, no seu ministério, se vêm enfeudando a estas aberrações, conseguindo fazê-las consagrar na lei, com os resultados desastrosos que todos conhecem? Não lhes acontece nada? Ninguém pensa em pô-los na rua?
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Não há um deputado à Assembleia da República para interpelar o Governo, uma associação de pais para protestar com energia, uma associação de professores para se recusar teminantemente a pôr em prática esta pepineira?
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Por alguma razão a palavra "gás" deriva de kaos. Esse será o resultado deprimente do ensino gasoso que a TLEBS nos prepara.
Vasco Graça Moura, Escritor
ontem, no Diário de Notícias