"O trabalho do menino é pouco, mas quem o despreza é louco"
O Expresso do passado fim-de-semana, noticiou e fotografou duas crianças portuguesas a coser sapatos da marca ZARA.
Não se sabe se a notícia se destinava a "entalar" a ZARA, se a dar público conhecimento do facto.
Se o que estava em causa era a primeira das hipóteses, falhou o intento.
A ZARA, prevenida, sincera ou farisaicamente logo declarou que vai auditar a empresa portuguesa fornecedora dos sapatos, no sentido de verificar se ela cumpre (ou não) um dito “Código de Conduta” que a Inditex (proprietária da marca ZARA) obriga os seus fornecedores a seguir no que toca a trabalho infantil.
E das duas uma:
Se se confirmar que as crianças "trabalham" a ajudar os pais a coser sapatos para essa empresa pelos tais 40 cêntimos de Euro por par de sapatos cosidos – sustento para o seu “pão” – a ZARA/Inditex deverá cessar relações contratuais com essa empresa.
A empresa deixará de fornecer a ZARA e aquelas crianças deixarão de receber 40 cêntimos por par de sapatos – o que poderá muito bem representar aquilo que lhes permitia comer um pouco melhor ou, simplesmente, comer...
Se a Inditex não “confirmar” a violação ao dito “código de conduta”, tudo continuará na mesma … a menos que a Inspecção Geral do Trabalho ou o Instituto para o Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho venham inspeccionar …
Na revista Única, porém, ressalta que os pais das ditas crianças estão desempregados e em situação precária – sendo que a cosedura dos sapatos constitui uma fonte de rendimento essencial para a sua sobrevivência.
É, na verdade, um dilema inultrapassável: nestas situações de miséria extrema – existentes porque um estado social “prometedor”, mas perdulário e desarticulado, não conseguiu dar uma resposta capaz – deverão as crianças não ajudar os pais e assim passar um pouco mais de fome ou ajudar os pais e não ter tempo para brincar?
Em qualquer caso serão sempre, as crianças, a sofrer as consequências da incapacidade do Estado em “solucionar” a situação dos seus pais e/ou proporcionar-lhes, a elas, um presente mais risonho …
Não se sabe se a notícia se destinava a "entalar" a ZARA, se a dar público conhecimento do facto.
Se o que estava em causa era a primeira das hipóteses, falhou o intento.
A ZARA, prevenida, sincera ou farisaicamente logo declarou que vai auditar a empresa portuguesa fornecedora dos sapatos, no sentido de verificar se ela cumpre (ou não) um dito “Código de Conduta” que a Inditex (proprietária da marca ZARA) obriga os seus fornecedores a seguir no que toca a trabalho infantil.
E das duas uma:
Se se confirmar que as crianças "trabalham" a ajudar os pais a coser sapatos para essa empresa pelos tais 40 cêntimos de Euro por par de sapatos cosidos – sustento para o seu “pão” – a ZARA/Inditex deverá cessar relações contratuais com essa empresa.
A empresa deixará de fornecer a ZARA e aquelas crianças deixarão de receber 40 cêntimos por par de sapatos – o que poderá muito bem representar aquilo que lhes permitia comer um pouco melhor ou, simplesmente, comer...
Se a Inditex não “confirmar” a violação ao dito “código de conduta”, tudo continuará na mesma … a menos que a Inspecção Geral do Trabalho ou o Instituto para o Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho venham inspeccionar …
Na revista Única, porém, ressalta que os pais das ditas crianças estão desempregados e em situação precária – sendo que a cosedura dos sapatos constitui uma fonte de rendimento essencial para a sua sobrevivência.
É, na verdade, um dilema inultrapassável: nestas situações de miséria extrema – existentes porque um estado social “prometedor”, mas perdulário e desarticulado, não conseguiu dar uma resposta capaz – deverão as crianças não ajudar os pais e assim passar um pouco mais de fome ou ajudar os pais e não ter tempo para brincar?
Em qualquer caso serão sempre, as crianças, a sofrer as consequências da incapacidade do Estado em “solucionar” a situação dos seus pais e/ou proporcionar-lhes, a elas, um presente mais risonho …