O perú de Natal
Na quadra natalícia come-se peru. É da tradição, não obstante, por cá, ser “mais bacalhau”. E apesar do Natal já ter passado há um mês, o peru de Natal vem sempre a propósito.
É da ciência culinária portuguesa que o dito peru seja devidamente “embebedado”, de modo a que, dizem os mestres na arte, se torne mais apaladado e tenro. Tudo isto tendo em vista ser comido.
Daí que, na altura aprazada, ao peru seja “dado a beber” (forma eufemística de dizer “enfiado pelas goelas abaixo”) um bom trago de vinho do porto, aguardente, ou outra qualquer bebida alcoólica (não se aceita Coca-Cola) que, momentos depois, o deixa num estado de esfusiante alegria, levando-o mesmo a convencer-se de que, afinal, não irá parar ao forno e depois ao prato e que o mais certo é sentar-se à mesa da ceia de jantar, com os demais convivas, a debicar as restantes iguarias. Enfin... “grossuras...”
Entrementes, enquanto se desenrola esta cena, alguém vai afiando a preceito a faca que servirá exactamente para cumprir o inexorável destino do costume: matar o peru.
Como “Natal é sempre que um homem quiser”, vem isto a propósito da notícia do Público de que Sócrates impede retaliação contra Alegre.
Visto de fora, fica a sensação que esta notícia não trata uma questão política mas, antes, dá uma receita culinária.
É que por detrás da imensa generosidade que o referido título deixa transparecer, o verdadeiro objectivo que norteia o secretário geral do PS é permitir que os 20, 72% dos “vapores etílicos” da votação de domingo de Manuel Alegre, lhe “subam devidamente á cabeça”, fazendo-o pensar que, em bom rigor, no PS nem sequer há “facas longas”, sem se dar conta que, por força dos ditos “vapores”, se tornou mais “tenro” e “gustativo”, ou seja “apetecível”.
Entrementes, no dito PS, as facas (não é preciso serem “longas”) vão sendo paulatinamente afiadas por aqueles que não lhe perdoam o “gluglurejar” dos últimos tempos e, por isso, estão mortinhos por “lhe ferrar o dente” (apesar de verdadeiramente só apreciarem sopa de beldroegas).
No momento aprazado, quando Alegre já estiver “tenrinho ao dedo”, chamam-no à parte, com "grande amizade", “saltam-lhe todos em cima”, “espetam-lhe” as furiosas facas, enquanto o secretário-geral, a um canto, virado para a parede para não ver a cena, grita baixinho, tentando impedir o morticínio:
- Eu por mim não o matava! Eu até nem gosto de peru!
Na verdade “Natal é sempre que um homem quiser”. Pelo menos, na perspectiva do peru.
É da ciência culinária portuguesa que o dito peru seja devidamente “embebedado”, de modo a que, dizem os mestres na arte, se torne mais apaladado e tenro. Tudo isto tendo em vista ser comido.
Daí que, na altura aprazada, ao peru seja “dado a beber” (forma eufemística de dizer “enfiado pelas goelas abaixo”) um bom trago de vinho do porto, aguardente, ou outra qualquer bebida alcoólica (não se aceita Coca-Cola) que, momentos depois, o deixa num estado de esfusiante alegria, levando-o mesmo a convencer-se de que, afinal, não irá parar ao forno e depois ao prato e que o mais certo é sentar-se à mesa da ceia de jantar, com os demais convivas, a debicar as restantes iguarias. Enfin... “grossuras...”
Entrementes, enquanto se desenrola esta cena, alguém vai afiando a preceito a faca que servirá exactamente para cumprir o inexorável destino do costume: matar o peru.
Como “Natal é sempre que um homem quiser”, vem isto a propósito da notícia do Público de que Sócrates impede retaliação contra Alegre.
Visto de fora, fica a sensação que esta notícia não trata uma questão política mas, antes, dá uma receita culinária.
É que por detrás da imensa generosidade que o referido título deixa transparecer, o verdadeiro objectivo que norteia o secretário geral do PS é permitir que os 20, 72% dos “vapores etílicos” da votação de domingo de Manuel Alegre, lhe “subam devidamente á cabeça”, fazendo-o pensar que, em bom rigor, no PS nem sequer há “facas longas”, sem se dar conta que, por força dos ditos “vapores”, se tornou mais “tenro” e “gustativo”, ou seja “apetecível”.
Entrementes, no dito PS, as facas (não é preciso serem “longas”) vão sendo paulatinamente afiadas por aqueles que não lhe perdoam o “gluglurejar” dos últimos tempos e, por isso, estão mortinhos por “lhe ferrar o dente” (apesar de verdadeiramente só apreciarem sopa de beldroegas).
No momento aprazado, quando Alegre já estiver “tenrinho ao dedo”, chamam-no à parte, com "grande amizade", “saltam-lhe todos em cima”, “espetam-lhe” as furiosas facas, enquanto o secretário-geral, a um canto, virado para a parede para não ver a cena, grita baixinho, tentando impedir o morticínio:
- Eu por mim não o matava! Eu até nem gosto de peru!
Na verdade “Natal é sempre que um homem quiser”. Pelo menos, na perspectiva do peru.