Pérolas da campanha
Mário Soares em entrevista ao Público:
Público - Na apresentação da sua candidatura disse que consigo o país pode dormir descansado. Isso quer dizer que não dormiria descansado se Cavaco Silva ganhasse as eleições?
Mário Soares - Eu teria grandes preocupações se Cavaco Silva ganhasse as eleições. Mas não espero que isso aconteça, porque acredito no bom senso do povo português. Aceitarei a sua legitimidade desde que as eleições sejam limpas.
Público - Coloca a hipótese de as eleições não serem limpas?
Mário Soares - Tem havido alguma pressão da comunicação social favorável a um candidato. Não quero ofender, mas se o meu amigo ler com atenção os jornais, como eu leio, e conhecendo os truques que aí fazem, não restam dúvidas. E então na televisão ainda é mais claro. Mas isso não é coisa para se discutir agora, é para mais tarde.Mas se for eleito desejar-lhe-ei sorte, pois bem precisa já que a situação é extremamente difícil. Ajudá-lo-ei naquilo que for necessário e no que for do interesse do povo português.
Público - Mas se diz que não dormiria descansado dá entender que pode estar em risco a democracia...
Mário Soares - Isso não tem nada a ver com Cavaco Silva, mas com a pressão dos que estão por trás dele. A sua candidatura dele tem apoios de natureza muito especial, basta ver quem integra a comissão de honra, quem lhe faz a campanha, quem lhe dirige o marketing.
Público - Quem dirige o marketing é a mesma pessoa que o fez na campanha para o actual primeiro-ministro. Acha-o perigoso?
Mário Soares - Não me estou a referir a esse marketing, mas à equipa que está por trás dele. Mas o que me interessa é falar das ideias pelas quais me candidatei.
Público - Quem faz o marketing da sua campanha é a empresa de António Cunha Vaz, que entretanto assinou um contrato para assessorar uma empresa italiana, a ENI, que está em conflito com o Governo. Não acha que há aqui algum conflito de interesses?
Mário Soares - Eu teria grandes preocupações se Cavaco Silva ganhasse as eleições. Mas não espero que isso aconteça, porque acredito no bom senso do povo português. Aceitarei a sua legitimidade desde que as eleições sejam limpas.Coloca a hipótese de as eleições não serem limpas?Tem havido alguma pressão da comunicação social favorável a um candidato. Não quero ofender, mas se o meu amigo ler com atenção os jornais, como eu leio, e conhecendo os truques que aí fazem, não restam dúvidas. E então na televisão ainda é mais claro. Mas isso não é coisa para se discutir agora, é para mais tarde.Mas se for eleito desejar-lhe-ei sorte, pois bem precisa já que a situação é extremamente difícil. Ajudá-lo-ei naquilo que for necessário e no que for do interesse do povo português.
Público - Mas se diz que não dormiria descansado dá entender que pode estar em risco a democracia...
Mário Soares - Isso não tem nada a ver com Cavaco Silva, mas com a pressão dos que estão por trás dele. A sua candidatura dele tem apoios de natureza muito especial, basta ver quem integra a comissão de honra, quem lhe faz a campanha, quem lhe dirige o marketing.
Público - Quem dirige o marketing é a mesma pessoa que o fez na campanha para o actual primeiro-ministro. Acha-o perigoso?
Mário Soares - Não me estou a referir a esse marketing, mas à equipa que está por trás dele. Mas o que me interessa é falar das ideias pelas quais me candidatei.
Público - Quem faz o marketing da sua campanha é a empresa de António Cunha Vaz, que entretanto assinou um contrato para assessorar uma empresa italiana, a ENI, que está em conflito com o Governo. Não acha que há aqui algum conflito de interesses?
Mário Soares - Essa empresa não tem a importância que poderia ter tido se não tivesse começado a colaborar tão tarde. O próprio António Cunha Vaz já disse publicamente que o papel que desempenha na minha campanha não tem a mesma relevância do de outras campanhas em que participou. Tem dado alguns conselhos úteis, mas já me disse que não queria ganhar um tostão na primeira volta porque acha que tem feito pouco. É uma pessoa correcta, e até sei que tem um conflito com o ex-líder do PS, Ferro Rodrigues, de quem sou amigo e admirador. Tem estado aqui como profissional e, quanto ao resto da profissão dele, não tenho a ver com isso. Se eu fosse a ver todas as profissões de todas as pessoas que aqui estão...
Público - Então porque é que não dá o mesmo benefício da dúvida aos que rodeiam Cavaco Silva e cujos conselhos ele ouve?
Mário Soares - Dou. Eu não tenho nenhuma fixação em Cavaco Silva, vocês é que têm e só me fazem perguntas sobre ele para dizer depois Mário Soares só fala de Cavaco Silva.
A chicanice política começa a não ter limites. Vale tudo.
Agora Sores insinua que as eleições podem não ser "limpas" - levantando suspeitas de "chapeladas" eleitorais, típicas da 1ª república - atribuindo tal facto ao staff e ao marketing da campanha de um candidato e à comunicação social.
Só faltava esta.
Enfim ...
Público - Na apresentação da sua candidatura disse que consigo o país pode dormir descansado. Isso quer dizer que não dormiria descansado se Cavaco Silva ganhasse as eleições?
Mário Soares - Eu teria grandes preocupações se Cavaco Silva ganhasse as eleições. Mas não espero que isso aconteça, porque acredito no bom senso do povo português. Aceitarei a sua legitimidade desde que as eleições sejam limpas.
Público - Coloca a hipótese de as eleições não serem limpas?
Mário Soares - Tem havido alguma pressão da comunicação social favorável a um candidato. Não quero ofender, mas se o meu amigo ler com atenção os jornais, como eu leio, e conhecendo os truques que aí fazem, não restam dúvidas. E então na televisão ainda é mais claro. Mas isso não é coisa para se discutir agora, é para mais tarde.Mas se for eleito desejar-lhe-ei sorte, pois bem precisa já que a situação é extremamente difícil. Ajudá-lo-ei naquilo que for necessário e no que for do interesse do povo português.
Público - Mas se diz que não dormiria descansado dá entender que pode estar em risco a democracia...
Mário Soares - Isso não tem nada a ver com Cavaco Silva, mas com a pressão dos que estão por trás dele. A sua candidatura dele tem apoios de natureza muito especial, basta ver quem integra a comissão de honra, quem lhe faz a campanha, quem lhe dirige o marketing.
Público - Quem dirige o marketing é a mesma pessoa que o fez na campanha para o actual primeiro-ministro. Acha-o perigoso?
Mário Soares - Não me estou a referir a esse marketing, mas à equipa que está por trás dele. Mas o que me interessa é falar das ideias pelas quais me candidatei.
Público - Quem faz o marketing da sua campanha é a empresa de António Cunha Vaz, que entretanto assinou um contrato para assessorar uma empresa italiana, a ENI, que está em conflito com o Governo. Não acha que há aqui algum conflito de interesses?
Mário Soares - Eu teria grandes preocupações se Cavaco Silva ganhasse as eleições. Mas não espero que isso aconteça, porque acredito no bom senso do povo português. Aceitarei a sua legitimidade desde que as eleições sejam limpas.Coloca a hipótese de as eleições não serem limpas?Tem havido alguma pressão da comunicação social favorável a um candidato. Não quero ofender, mas se o meu amigo ler com atenção os jornais, como eu leio, e conhecendo os truques que aí fazem, não restam dúvidas. E então na televisão ainda é mais claro. Mas isso não é coisa para se discutir agora, é para mais tarde.Mas se for eleito desejar-lhe-ei sorte, pois bem precisa já que a situação é extremamente difícil. Ajudá-lo-ei naquilo que for necessário e no que for do interesse do povo português.
Público - Mas se diz que não dormiria descansado dá entender que pode estar em risco a democracia...
Mário Soares - Isso não tem nada a ver com Cavaco Silva, mas com a pressão dos que estão por trás dele. A sua candidatura dele tem apoios de natureza muito especial, basta ver quem integra a comissão de honra, quem lhe faz a campanha, quem lhe dirige o marketing.
Público - Quem dirige o marketing é a mesma pessoa que o fez na campanha para o actual primeiro-ministro. Acha-o perigoso?
Mário Soares - Não me estou a referir a esse marketing, mas à equipa que está por trás dele. Mas o que me interessa é falar das ideias pelas quais me candidatei.
Público - Quem faz o marketing da sua campanha é a empresa de António Cunha Vaz, que entretanto assinou um contrato para assessorar uma empresa italiana, a ENI, que está em conflito com o Governo. Não acha que há aqui algum conflito de interesses?
Mário Soares - Essa empresa não tem a importância que poderia ter tido se não tivesse começado a colaborar tão tarde. O próprio António Cunha Vaz já disse publicamente que o papel que desempenha na minha campanha não tem a mesma relevância do de outras campanhas em que participou. Tem dado alguns conselhos úteis, mas já me disse que não queria ganhar um tostão na primeira volta porque acha que tem feito pouco. É uma pessoa correcta, e até sei que tem um conflito com o ex-líder do PS, Ferro Rodrigues, de quem sou amigo e admirador. Tem estado aqui como profissional e, quanto ao resto da profissão dele, não tenho a ver com isso. Se eu fosse a ver todas as profissões de todas as pessoas que aqui estão...
Público - Então porque é que não dá o mesmo benefício da dúvida aos que rodeiam Cavaco Silva e cujos conselhos ele ouve?
Mário Soares - Dou. Eu não tenho nenhuma fixação em Cavaco Silva, vocês é que têm e só me fazem perguntas sobre ele para dizer depois Mário Soares só fala de Cavaco Silva.
A chicanice política começa a não ter limites. Vale tudo.
Agora Sores insinua que as eleições podem não ser "limpas" - levantando suspeitas de "chapeladas" eleitorais, típicas da 1ª república - atribuindo tal facto ao staff e ao marketing da campanha de um candidato e à comunicação social.
Só faltava esta.
Enfim ...