Apontamentos de um fim de semana chuvoso
1. Referendo
O Tribunal Constitucional disse "não" à possibilidade de convocação de novo referendo na presente sessão legislativa. Assim referendo só depois do Verão. Até lá, não nos doa a cabeça.
Se os deputados do PS não fizessem "fretes" ao primeiro-ministro, tivessem bom-senso e fossem capazes de dizer "não" escusavam de ter chegado a este ponto.
Agradece-se ao Senhor Presidente da República aquele "não" à apressada convocação do referendo na Primavera. Por causa dele, estamos livres de referendos ao aborto até para o ano. Decerto que o Senhor Presidente não previu os efeitos do seu "não"; e depois, quando quis "emendar a mão" e remeter para o Parlamento o poder de alterar a lei do aborto já não dava. "Tarde piaste, ò mocho!"
Ao que parece, houve admiração geral com a decisão do primeiro ministro pinto de sousa, que também usa sócrates, de convocar novo referendo na data oportuna. Estariam todos à espera que ele mandasse às urtigas mais uma promessa? Marotos ...
Duas perguntitas (que são três!):
Será que vamos ter referendos anuais até que haja um em que o "sim" ao aborto ganhe?
Será que antes do refrendo ou depois do refrendo vamos ter, no nosso país, "clínicas" "nuestras hermanas" dispostas a, com a lei do aborto que temos, consueguir os mesmos resultados que se atingiriam com a lei que a esquerda gostaria que tivessemos?
Será que são mesmo necessárias as explicações sobre como se ultrapassa o problema do impedimento da realização de dois referendos sobre o mesmo assunto no decurso da mesma sessão legislativa, dadas pelo presidente do órgão da justiça constitucional?
2. Chuva
Já cá tardava. No Alentejo, principalmente. O ministro da Agricultura agradece: agora os agricultores já não podem dizer que "há" seca. "Houve" seca, mas "agora" já não há; ora se não "há" seca não há necessidade de ajudas para a seca. Assunto encerrado!
É evidente que não há bela sem senão: dois caçadores ficaram isolados entre dois riachos.
Por este andar, ou melhor por via desta pluviosidade, não hão-de tardar muito as queixas pelas chuvadas, inundações e alagadelas! Enfim ... é o clima!
3. Presidenciais
O CDS, coitado, tem andado "às voltas" com o apoio ao candidato presidencial "da direita". Neste fim de semana, "indigestão" à parte, lá "engoliu" o apoio a Cavaco.
O problema é uma dupla indigestão.
No espectro político dos candidatos presidenciais Cavaco "está" na direita; mas será que "é" de direita?
Depois o apoio a Cavaco não garante a mínima proeminência ou relevância do CDS-PP.
O problema reside exactamente no facto de que Cavaco tem tanta consideração pelo CDS como Fidel pelos americanos: nenhuma.
No momento da vitória de Cavaco, e sempre que isso venha à tona, todos os louros serão colhidos pelo PSD; ao CDS irá caber um "chuto" "ao fundo das costas".
Por outro lado, Cavaco, de forma endémica e sibilina, e os "cavaquistas" por ancestral "azarina" tudo farão para aniquilar o CDS, naturalmente em favor do PSD (Monteiro que se desengane!).
Quem não está ainda recordado dos "mega-janteres" há uns anitos atrás, nos quais, com a presença de Cavaco, se anunciavam homéricas listagens de adesões ao PSD de ex-militantes do CDS?
Marques Mendes manifestou-se sempre contra a coligação governamental PSD/CDS-PP, ou contra qualquer coligação. Prova disso foi a "amnésia CDS-PP" do do líder do PSD a quando da vitória da coligação na Camara do Porto.
O CDS que se acutele; pode muito bem estra a entrar numa metamorfose para passar a ser o CDS-FF: o CDS-"forfour".
4. A Justiça-Silampos
Quer dizer: a justiça-panela de pressão! Este é o novo conceito da justiça em Portugal!
Pelos vistos, dentro da panela da nossa justiça acumulam-se as pressões.
Ainda assim, não apita nem explode; e "cozinha" tudo aquilo que deveria ser julgado sem "tempero", "nú e cru".
O rol de "acontecimentos" começa a ser exemplar (no mau sentido).
Talvez fosse já a altura derradeira dos poderes soberanos - todos eles: executivo, legislativo e judicial - "cairem na realidade" antes que "a realidade caia sobre eles".
É que depois qualquer intervenção pecará sempre por tardia: estaremos já num verdadeiro ambiente de "far-oeste".
O Tribunal Constitucional disse "não" à possibilidade de convocação de novo referendo na presente sessão legislativa. Assim referendo só depois do Verão. Até lá, não nos doa a cabeça.
Se os deputados do PS não fizessem "fretes" ao primeiro-ministro, tivessem bom-senso e fossem capazes de dizer "não" escusavam de ter chegado a este ponto.
Agradece-se ao Senhor Presidente da República aquele "não" à apressada convocação do referendo na Primavera. Por causa dele, estamos livres de referendos ao aborto até para o ano. Decerto que o Senhor Presidente não previu os efeitos do seu "não"; e depois, quando quis "emendar a mão" e remeter para o Parlamento o poder de alterar a lei do aborto já não dava. "Tarde piaste, ò mocho!"
Ao que parece, houve admiração geral com a decisão do primeiro ministro pinto de sousa, que também usa sócrates, de convocar novo referendo na data oportuna. Estariam todos à espera que ele mandasse às urtigas mais uma promessa? Marotos ...
Duas perguntitas (que são três!):
Será que vamos ter referendos anuais até que haja um em que o "sim" ao aborto ganhe?
Será que antes do refrendo ou depois do refrendo vamos ter, no nosso país, "clínicas" "nuestras hermanas" dispostas a, com a lei do aborto que temos, consueguir os mesmos resultados que se atingiriam com a lei que a esquerda gostaria que tivessemos?
Será que são mesmo necessárias as explicações sobre como se ultrapassa o problema do impedimento da realização de dois referendos sobre o mesmo assunto no decurso da mesma sessão legislativa, dadas pelo presidente do órgão da justiça constitucional?
2. Chuva
Já cá tardava. No Alentejo, principalmente. O ministro da Agricultura agradece: agora os agricultores já não podem dizer que "há" seca. "Houve" seca, mas "agora" já não há; ora se não "há" seca não há necessidade de ajudas para a seca. Assunto encerrado!
É evidente que não há bela sem senão: dois caçadores ficaram isolados entre dois riachos.
Por este andar, ou melhor por via desta pluviosidade, não hão-de tardar muito as queixas pelas chuvadas, inundações e alagadelas! Enfim ... é o clima!
3. Presidenciais
O CDS, coitado, tem andado "às voltas" com o apoio ao candidato presidencial "da direita". Neste fim de semana, "indigestão" à parte, lá "engoliu" o apoio a Cavaco.
O problema é uma dupla indigestão.
No espectro político dos candidatos presidenciais Cavaco "está" na direita; mas será que "é" de direita?
Depois o apoio a Cavaco não garante a mínima proeminência ou relevância do CDS-PP.
O problema reside exactamente no facto de que Cavaco tem tanta consideração pelo CDS como Fidel pelos americanos: nenhuma.
No momento da vitória de Cavaco, e sempre que isso venha à tona, todos os louros serão colhidos pelo PSD; ao CDS irá caber um "chuto" "ao fundo das costas".
Por outro lado, Cavaco, de forma endémica e sibilina, e os "cavaquistas" por ancestral "azarina" tudo farão para aniquilar o CDS, naturalmente em favor do PSD (Monteiro que se desengane!).
Quem não está ainda recordado dos "mega-janteres" há uns anitos atrás, nos quais, com a presença de Cavaco, se anunciavam homéricas listagens de adesões ao PSD de ex-militantes do CDS?
Marques Mendes manifestou-se sempre contra a coligação governamental PSD/CDS-PP, ou contra qualquer coligação. Prova disso foi a "amnésia CDS-PP" do do líder do PSD a quando da vitória da coligação na Camara do Porto.
O CDS que se acutele; pode muito bem estra a entrar numa metamorfose para passar a ser o CDS-FF: o CDS-"forfour".
4. A Justiça-Silampos
Quer dizer: a justiça-panela de pressão! Este é o novo conceito da justiça em Portugal!
Pelos vistos, dentro da panela da nossa justiça acumulam-se as pressões.
Ainda assim, não apita nem explode; e "cozinha" tudo aquilo que deveria ser julgado sem "tempero", "nú e cru".
O rol de "acontecimentos" começa a ser exemplar (no mau sentido).
Talvez fosse já a altura derradeira dos poderes soberanos - todos eles: executivo, legislativo e judicial - "cairem na realidade" antes que "a realidade caia sobre eles".
É que depois qualquer intervenção pecará sempre por tardia: estaremos já num verdadeiro ambiente de "far-oeste".