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Pharmácia de Serviço

Há remédio para tudo ... pharmaciadeservico_at_gmail.com

Indispensável ler...

 ... o artigo de Zita Seabra, no Observador. Porque anda muita "istória" a ser contada por aí...

Os que viveram esses tempos omniosos (esses sim, omniosos...), sabem bem o que aquilo foi e como as coisas se passaram, se estiveram atentos e não foram alienados

Mas aos que os não viverem é necessário, é  indispensável, relatar o rigor dos factos, não só para que os conheçam mas também para que não fiquem esquecidos no pó dos tempos - porque há muito gente a querer "branquear" o "imbranqueável" negrume desse período e a querer, seraficamentereescrever um momento de "história danada" de Portugal, inventando, para tal, uma nova "narrativa" (como dizem os pós-modernos...), cheia de "paz e amizade".

Leia-se, então.... 

A história do 25 de Novembro de 1975 está feita e bem documentada. Vários testemunhos e memórias de quem participou registaram esse dia inesquecível para quem o viveu do lado dos vencedores ou dos vencidos. No entanto, parece-me importante recordar alguns factos e homenagear os intervenientes decisivos para os acontecimentos marcantes desses dias que puseram fim ao PREC e à tentativa de tomada de poder pelo PCP, unido às forças civis e militares da esquerda radical.. Não seria necessário escrever este texto se não existisse tanto empenho por tantas pessoas em fazer esquecer esta data ou deturpar a ocorrência. 

...

Se os comunistas não quisessem e não tivessem como objetivo estratégico passar à fase seguinte da revolução, ou se simplesmente desejassem construir um país livre e democrático, uma democracia liberal, um Estado de Direito, fazer a descolonização, tal teria acontecido e sem mais sobressaltos revolucionários. Mas esse não era o objetivo, nem essa perspectiva constava do programa do PCP. Sonhava-se com uma sociedade socialista a caminho do comunismo. Esclarecia-se mesmo que esta pretensão era científica e inevitável, tal como tinha sido escrito por Marx e Engels e concretizado por Lenine. Assim, passou-se de imediato, desde a chegada de Cunhal ao aeroporto, a concretizar esse objetivo, razão de ser da existência e da luta dura que o PCP travara durante a ditadura. Não se pretendia preparar um novo golpe de estado, mas antes passar à insurreição popular armada, resultante de uma aliança povo/militares ou, como se chamou em Portugal, Aliança Povo/MFA, para alcançar a revolução socialista. 

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O PCP tinha um rumo claro e preciso da tática e da estratégia a seguir na luta pelo socialismo até ao comunismo. Para isso aproveita bem o 11 de Março e, a partir do gabinete de Vasco Gonçalves, concretiza-o quase literalmente.

Partindo dos Governos de Vasco Gonçalves e do seu gabinete, juntamente com os sectores radicais de esquerda política e das forças armadas, avançou-se para as nacionalizações, a reforma agrária, Caxias encheu-se com mais presos políticos do que havia antes do 25 de Abril.

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O PCP fez tudo para impedir as eleições para a Constituinte porque o povo, dizia, não estava preparado para tal. Conseguiu adiá-las, mas a 25 de Abril realizaram-se e perdeu-as mesmo com o apelo do MFA para que aqueles que não soubessem muito de política votassem em branco. Perdeu as eleições e logo a seguir, numa clara demonstração de que não reconhecia os resultados, o PCP impediu a entrada do Dr. Mário Soares no estádio 1 de Maio, ele o vencedor das eleições.

Em choque de manifestações, barricadas e medição de forças viveu-se depois o verão quente. O poder estava na rua e os sovietes “à portuguesa” proliferavam: comissões de trabalhadores, comissões de moradores, quartéis sublevados para rumar à Revolução socialista o Povo e o MFA. O governo, que não correspondia ao resultado eleitoral, não tinha qualquer poder, como reconheceu Pinheiro de Azevedo. Havia armas e barricadas por todo o lado para quê? Com que objetivo estratégico? Expliquem bem a tese dos que asseguram que o PCP não queria o poder revolucionário.

Só parou no 25 de Novembro confrontado com a realidade militar e civil que se lhe opunha. Não recuou no seu Programa revolucionário por ordem de Ponomariov, nem de Suslov, que não quereriam uma Cuba na Europa, como escreveu o historiador José Pacheco Pereira esta semana no Jornal Público. Essa tese é uma diminuição ridícula de Álvaro Cunhal, que recuou porque a correlação de forças se tornou evidente pela ação das chefias da Força Aérea, dos Comandos e dos militares moderados do Grupo dos Nove, do general Eanes e dos partidos democráticos de Mário Soares, Sá Carneiro, Adelino Amaro da Costa, Freitas do Amaral e da Igreja católica. O PCP recuou quando Cunhal percebeu que não tinha outro caminho e não podia fazer mais nada.

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Decisivo neste percurso do PREC foi, desde logo, o dirigente Jaime Serra, membro da Comissão Política e do Secretariado do PCP. Era um verdadeiro revolucionário, herói mítico do PCP, e um dos fundamentais homens de confiança do Álvaro Cunhal. Diria, sem exagero, que Jaime Serra foi sempre visto como um Trotsky (militar e estratega da ação) pela vida revolucionária que levou.

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Gostava de estar sempre no meio da ação revolucionária para ajuizar pessoalmente das decisões, foi deputado à Constituinte e foi um dos cercados no mês de Novembro. Na verdade Jaime Serra foi um dos que preparou as ações revolucionárias do PCP, participando pessoalmente em reuniões do MFA, como se sabe, incluindo as que decidiram a ocupação das bases aéreas na madrugada de 25 de Novembro. ... comandava e preparava a insurreição popular armada ... . Jaime Serra foi o controleiro dos militares comunistas de patente e o responsável pelo sector militar até ao 25 de Novembro e fundamental na decisão de avançar no Verão Quente e na orientação dos militares comunistas, mas também para recuar no dia 25 de Novembro.

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A tese bizarra de que Cunhal recuou durante o Verão Quente, ou depois da Assembleia de Tancos, e de que nada tem a ver com o 25 de Novembro, não faz qualquer sentido se olharmos para Melo Antunes e as suas atitudes públicas. Como explicar a declaração de Melo Antunes nesse mesmo dia? Tenho dele a memória de um homem culto, racional, sabendo sempre o que queria fazer, pelo que não se percebe porque iria falar da não ilegalização do PCP se nada se passava com o Partido Comunista e o golpe se resumia a umas aventuras irresponsáveis entre militares baralhados e radicalizados?

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... Os comandos eram um foco determinante de resistência aos militares revolucionários do PCP e da extrema-esquerda. Foram dos primeiros a perceber para onde caminhava a revolução e a organizar os comandos para a resistência. O culminar deu-se no dia 25 de Novembro. Foram pôr ordem em diversos locais e sofreram baixas frente à Polícia Militar. Mas particularmente significativo e eficaz foi o facto de os comandos cumprirem com a libertação da RTP.

A liberdade de imprensa tinha sido gravemente atingida no Verão Quente. Saramago, então no Diário de Notícias, saneara todos os jornalistas de esquerda e de direita não pró-comunistas, o jornal República foi atacado, a Renascença cercada e a RTP ocupada, no dia 25 de Novembro. ...

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Os Comandos de Jaime Neves  foram interromper a RTP ocupada por Duran Clemente que não estava a ver o filme com Danny Kaye “O Homem do Diner´s Club”, pois isso só aconteceu depois de o Major José Coutinho retirar a emissão do ar. Não foi certamente para passar o tempo que o Presidente da RTP, o Major Pedroso Marques, foi fechado numa sala do Lumiar por Duran Clemente e libertado por ordem de Eanes.

... Nos quartéis do Sul, excetuando os Comandos que sempre se mantiveram unidos e prontos a defender o regime democrático, havia a maior das confusões revolucionárias. No Norte, Eurico Corvacho, que comandava a região militar e era muito próximo do PCP e amigo pessoal de Ângelo Veloso, sendo que por lá eram poucos os militares da esquerda radical, foi demitido e substituído por Pires Veloso. Essa substituição foi fundamental para que os partidos democráticos ameaçassem mudar a Constituinte para o Norte e que o país fosse divido entre Norte e Sul, a partir de Rio Maior.

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Mário Soares, ... , durante os primeiros meses após o 25 de Abril, ... acreditava que os ímpetos revolucionários do PCP e da extrema esquerda civil e militar se resolveriam com o resultado de eleições livres. Porém, logo no início do PREC, percebeu que tal não ia acontecer e que teria que enfrentar o radicalismo revolucionário da esquerda comunista. Percebeu também que precisaria de demonstrar o apoio popular, na rua, à liberdade e à democracia, enfrentando o PCP e a esquerda radical civil e militar. Por estar consciente disto, Mário Soares saiu do cerco da Constituinte pela residência oficial do primeiro-ministro, indo para o Norte com Sá Carneiro e o CDS.

Alguém imagina que Mário Soares iria para o Norte se não existisse uma ameaça real revolucionária no Portugal libertado da ditadura? A que propósito? Ou que o cerco à Constituinte tivesse sido apenas uma manifestação dos trabalhadores da construção civil que se equivocaram e foram solicitar aumentos salariais frente à Constituinte? Mas isto faz algum sentido?

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A partir do 25 de Novembro de 1975 o país voltou à calma e o PREC acabou. Ao longo de vários anos, fez-se caminho para afirmar a liberdade, a democracia e o Estado de direito. Foi por pouco que Portugal não foi uma Cuba europeia com consequências humanas, económicas, cívicas e sociais.

Por isso é importante comemorar o 25 de Abril mas é igualmente importante lembrar o 25 de Novembro que, ao contrário do que ainda hoje acontece em Cuba, libertou presos de Caxias, repôs a liberdade de imprensa e consolidou a democracia ocidental em que vivemos.

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O PCP recuou nesse dia, ... . O país entrou assim na normalidade e seguiu o seu rumo. A exceção foram as forças da esquerda radical, inspiradas por Otelo que não reconheceram a derrota e acederam ao terrorismo e a diversos atentados das FP25 de Abril, sucessoras das Brigadas Revolucionárias de Isabel do Carmo e Carlos Antunes. Essas fizeram diversas vítimas mortais entre as quais uma criança e o Gaspar Castelo Branco, ...

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