Liberdade. É também natural que a nossa esquerda se arrepie ao ouvir a palavra na acepção devida (por oposição a slogans de louvor marxista). Não é, ou não deveria ser, natural que a nossa “direita” alinhe na cartilha. Não se pedia à nossa “direita” que se entusiasmasse com Trump, um egocêntrico antipático que não matou, prendeu ou calou ninguém. Bastava que não se entusiasmasse tanto com o ódio a Trump, e o amor aos furiosos que rodeiam o sr. Biden, empenhados em calar, prender e, se lhes derem trela, matar hereges. Infelizmente, a nossa “direita” decidiu provar à nossa esquerda que não lhe fica atrás no concurso para apurar quem detesta Trump com maior ardor.
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A nossa “direita”, que não acha Trump civilizado, convive jovial e
literalmente com socialistas, comunistas, bloquistas e vigaristas em
geral, todos modelos de civilidade e sofisticação e verdade. Se
comparada com a meticulosa exigência que dedica à América, é notável a
frouxidão da nossa “direita” face à corrupção, ao despotismo, às fraudes
e à desgraceira que definem o seu próprio país.
Um dia, se um
historiador com tempo livre quiser perceber a facilidade com que a
esquerda tomou conta deste lugarejo, e o afundou de vez na miséria
mental e económica, não vale a pena recordar-lhe os Costas, os Sócrates,
os Marcelos, os Césares, os Ferros, os Louçãs, as Catarinas, os
Jerónimos, os Salgados e restante casta. Basta mostrar-lhe a nossa
“direita”.
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on sábado, 7 de novembro de 2020 at 7.11.20.
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