Por que é que Donald Trump nunca
beneficiou de um segundo de tranquilidade para fazer aquilo para que os
norte-americanos democraticamente o mandataram: ser o presidente dos EUA
durante quatro anos? Por que é que temos de aturar, ad nauseam,
toneladas de comentadores televisivos a garantirem-nos a perfídia do
homem, a hossanizarem a genialidade de Biden e a lembrarem-nos que os
EUA têm a obrigação moral de se verem livres do homem?
São muitas as respostas possíveis e várias as que concorreriam para
uma conclusão final abrangente e satisfatória. Por mim, sobre Trump,
interessa-me apenas o essencial: que esta Administração republicana
reduziu, substancialmente, a conflitualidade internacional que Obama nos
deixou; que praticamente acabou com o clima de guerra fria com a Rússia
que Obama criara; que começou a conter um Irão transformado em potência
regional pela invasão do Iraque e pelas políticas mantidas no Médio
Oriente pelas anteriores Administrações; que foi provavelmente o único
presidente americano dos últimos cem anos que não iniciou um único
conflito militar; que a economia americana recuperava e crescia a olhos
vistos até ao início da pandemia, graças a políticas públicas
inteligentes de redução de impostos sobre as empresas e as pessoas; que
obrigou o expansionismo económico chinês a negociar e a acalmar-se; que,
finalmente, lembrou os parceiros europeus que a 2ª guerra mundial
acabou em 1945 e que há contas para pagar das despesas de segurança
comum. Isto, como é evidente, para a elite da comunicação social e da
política, de nada vale. Só conta o facto do homem ser o diabo em pessoa e
ser um imperativo moral e humanitário removê-lo do poder. Não me lembro
de um fenómeno de cretinismo de massas com esta dimensão.
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on segunda-feira, 26 de outubro de 2020 at 26.10.20.
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