O problema é a quantidade de vigilantes que se uniu de imediato na condenação do sr. Bilac. O problema é a fúria que os vigilantes dedicaram aos pouquíssimos, como o apresentador Manuel Luís Goucha, que defenderam o direito do sr. Bilac cantar onde quiser. O problema é a impressão crescente de que quem não está com “eles” está não só contra “eles” mas será por “eles” aniquilado profissional, social e pessoalmente. O problema é o medo. O problema é o medo se espalhar por toda a parte. O problema é o medo enquanto modo de vida. O problema é que uma vida assim não é vida: é um sintoma inevitável da opressão institucionalizada que o país iniciou em 2015. Não há ditadura sem estes exercícios de ameaça e humilhação, de castigo e arrependimento. O engraçado, se as tragédias dessem para rir, é que as ditaduras avançam a chamar antidemocráticos aos inimigos, com frequência imaginários, no mínimo exacerbados para efeito cénico. É, dizem “eles”, o “novo normal”.
(...) a esquerda chama “nazi” ao Chega com a exacta facilidade com que chamaria “nazi” ao CDS ou ao PSD, caso o CDS existisse e o PSD fizesse oposição.
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on domingo, 16 de agosto de 2020 at 16.8.20.
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