A ler. Porque é o exacto retrato do estado em que hoje nos encontramos...
As crises são uma oportunidade? Para o PS, com certeza. Ao reparar nas portas que a Covid abriu, e na docilidade dos cidadãos e das oposições, os socialistas aproveitaram para reforçar a teia de interesses à luz do dia, para exibir prepotência e arbitrariedade sobre a ralé, e para lucrar eleitoralmente, sob o extraordinário pressuposto de que o dr. Costa, que desfilava patranhas e desnorte, chefiava com brilho e sem alternativa o combate a um inimigo comum. É preciso algum talento para erguer uma mediocridade partidária ao estatuto de homem providencial.
...
Na preparação da “nova normalidade”, afinal a instauração de uma “democracia” sem escrutínio nem escolha, não se dispensou a “novilíngua”, com os “distanciamentos sociais” e “etiquetas respiratórias” a simular uma aura “técnica” por cima de uma ofensiva política. Enquanto se cozinhava por exemplo o assalto ao Banco de Portugal e a conquista de 95% dos “media” por subvenção, as televisões enchiam-se de “especialistas” em contágios e nevoeiro, que mostravam curvas estatísticas e asseguravam, mês após mês, que “as próximas duas semanas serão decisivas”. Nos intervalos, condenavam-se as carnificinas na América, no Brasil e no Reino Unido, e não os carnificinas assaz superiores na Espanha, na Bélgica e na Itália. E nunca o pandemónio português, oficialmente designado por “milagre”.