a ler...
Estes casos, e muitos outros de que nem conhecimento temos, reais ou imaginários, enchiam noutros tempos os jornais porque a oposição de extrema-esquerda não se calava – e a generalidade da comunicação social não se incomodava de fazer de pé de microfone. Havia “comissões de utentes” por todo o lado, “associações” de representatividade desconhecida que estavam sempre a ser chamadas à antena, um mundo habitado por gente que antes estivera nos sindicatos da CGTP, depois fora candidato a uma câmara ou a uma junta pelo PCP ou pelo Bloco, mas que nem precisava das redes sociais para ter importância e visibilidade.
Agora todo esse mundo está mudo e quedo.
Mas não devemos surpreender-nos com este silêncio cúmplice: acabamos de recordar a Revolução de Outubro de 1917, lemos imensa coisa sobre Lenine e os seus métodos, temos obrigação de saber que a “verdade” para os comunistas só existe se servir a política.Eu sei que hoje poucos ligam às lições do passado e menos ainda conhecem a doutrina, mas a forma como os partidos da geringonça passaram a aceitar, ou mesmo a justificar, o que antes denunciavam furiosamente segue rigorosamente esses ensinamentos. Como se costuma dizer, vem nos livros.