A ler...
... o erro dos críticos de Passos no PSD é acreditarem que Costa só convive com os velhos inimigos do PS no tempo do PREC porque Passos, com a sua “perspectiva pessimista”, não suscita afectos no PS. Um líder do PSD despreocupado e folião seria logo abraçado por Costa como um meio de se “libertar” do PCP e do BE. É uma ilusão risível. Os críticos de Passos ainda não perceberam o que se passou: Costa descobriu um novo “arco da governação”, que lhe permite fazer o que é preciso para manter a correr o dinheiro do BCE, e ainda por cima com “paz social”. O PSD e o CDS não fazem greves, não marcham nas ruas, não inspiram bloqueios no Tribunal Constitucional, nem existem na televisão, a não ser através daqueles “comentadores de direita” que, por acaso, até apoiam Costa. Na medida em que não servem para criar “conflitos sociais”, o PSD e o CDS também não servem para garantir “paz social”. Para que quereria Costa a sua ajuda? Para fazer “reformas estruturais”? Mas quem precisa de reformas, quando o BCE dá dinheiro e o turismo alegra as ruas?
À oligarquia, basta um governo que faça contas para Bruxelas ver. Ora, isso Costa já provou que é possível com o PCP e o BE. Não precisa do PSD. Nem o de Passos, nem o de quem quer que seja. Quando muito, dá-lhe jeito um presidente da república oriundo da direita, para não se imiscuir nas intrigas das esquerdas e para atiçar as intrigas no PSD.