A ler, sem falta...
... porque esta semana está demais...
Nos tempos que correm, há gente altamente empenhada em enxovalhar os crentes e, possivelmente por ganharem à comissão, convertê-los à descrença.
É engraçado que o proselitismo ateu queira chamar a si pessoas que à partida considera rematados idiotas, um contrassenso que estranhamente escapa a criaturas tão brilhantes. É engraçado que muitos dos ateus em causa se aflijam com os crimes da Igreja e em simultâneo ignorem o rastro de sangue das variantes “clássicas” ou contemporâneas do credo marxista, das quais observam com rigor os respectivos dogmas e sacramentos.
...
Convém notar que, com típica valentia e apreciável objectividade, o ateísmo militante não rejeita todas as religiões de igual modo. Na maioria dos casos, limita-se a rejeitar o cristianismo e o judaísmo, leia-se os credos “familiares” à civilização que permite a militância. Os credos restantes, talvez a título de exóticos, talvez por receio de camiões desgovernados, são normalmente poupados à sobranceria.
...
Para um ateu militante, Fátima é uma exibição de primitivismo, um desfile de sacrifícios sem sentido, uma exploração de crendices, uma manipulação comercial, em suma um horror, palavra raramente aplicada ao misticismo oriental ou às cerimónias tribais da Papuásia. E sobre Meca, por motivos óbvios, a deferência impera.
...
Após incensar Rui Moreira durante quatro anos, bastaram algumas horas – e uma humilhação merecida – para que o PS invertesse o discurso e passasse a considerar o autarca um perigoso antidemocrata, cuja acção maligna reduzirá o Porto a cinzas. É sabido que a política é propícia à conveniência, à mentira e à falta de vergonha na cara. Mas isto é espectacular.