Pharmácia de Serviço

Parece que lá pela cidade dos arcebispos há um (mais ou menos) vasto conjunto de funcionários da edilidade local que se desloca e permanece no bar "municipal" (e claustros envolventes), aí estacionando em longos e deleitosos períodos de amena cavaqueira e lazer, pagos exactamente ao mesmo preço-hora que o trabalho árduo prestado no local devido.

Contra isto, chamou a atenção um director municipal - como é seu dever de ofício, mas que ainda assim não deixa de revelar a coragem de afrontar o nacional-porreirismo pró-"trabalhador" com que é costume abordar tais questões - em termos ainda assim nada abrasivos, mas suficientemente esclarecedores para não subsistirem dúvidas sobre o que estava a ser dito.

Reacção imediata do sindicato que se encontra incrustado num grande número de câmaras municipais e que é afiliado da cgtp-pcp (como é bom de ver...): em primeiro lugar colocou a notícia nos jornais para levantar sururu ao mesmo tempo que pretende encalacrar o director municipal arregimentando mais malta para fazer barulho; depois o dito sindicato insurgiu-se contra a linguagem utilizada e o facto de o diretor municipal não ter tomado providências para acabar com os abusos em vez de acabar por acusar todos os trabalhadores... Eh, eh, eh....

Era mesmo isto que se previa: afinal quem tem culpa da bandalheira dos trabalhadores é o director municipal que não os anda a pastorear como devia, assobiando aos que se tresmalham, e não os próprios trabalhadores que deviam ter absoluta consciência dos seus deveres e obrigações e agir por si mesmos, em observância de tais deveres e obrigações...

Temos assim que, a respeito de deveres dos trabalhadores e cumprimento das suas obrigações laborais, é neste pé (sindical) que nos encontramos.
E depois ainda queremos que o país progrida e vá para a frente, e nos admiramos muito por ela ainda ser este atraso-de-vida que todos nós constatamos...

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