Todos têm o seu "Saint-Just" do "Terror"...
Mariana começava a ganhar maior protagonismo no hemiciclo de São Bento, embora de algum modo sempre algo ofuscada pela presidente do Bloco, a grande actriz da política portuguesa que dá pelo nome de Catarina Martins. Digamos que houve entre ambas uma fase de empate, que, como todos os empates, alguma vez ou algum dia têm de ser desempatados.
Essa vez ou esse dia já chegou. Mariana começou a crescer, e, muito humanamente, o crescimento foi-lhe subindo à cabeça. Revelou-se, por fim, uma criatura com as mesmas fraquezas de outra qualquer: queria palco, queria espectáculo com muitos espectadores. Afinal, à sua volta, o bacoquismo nacional, propenso ao deslumbramento, já a promovera a génio nunca visto. Pois era preciso que a vissem, que a vissem bem, que vissem a superioridade com que pisava e ocupava o palco nacional; era preciso que se transformasse “no centro disto tudo” (Público, 21.9), numa verdadeira CDT, sem rivais. Mariana foi mudando, foi crescendo até se agigantar diante dos basbaques socialistas que acorreram a vê-la e a ouvi-la numa rentrée organizada pelo PS no passado Sábado em Coimbra.