A ler…
Há um equívoco na crise grega: a ideia de que o Syriza só quer acabar com a austeridade. Antes fosse assim. O seu radicalismo e "linhas vermelhas" têm muito mais a ver com o mito da "luta de classes".
Ora é esse esquerdismo, é essa "luta de classes", defendida pelo syriza, que a Europa, se quiser continuar a viver em paz e equilibradamente dentro do seu padrão de valores (onde pode caber a solidariedade mas não a partilha forçada, imposta por espoliação), não pode em caso algum acalentar - como o fará se deixar que a grécia imponha os seus pontos de vista de devedor incumpridor, relapso e contumaz…
Toda a gente fala na "periculosidade" e efeitos imprevisíveis do grexit sobre o Euro e a Europa, mas ninguém fala dos efeitos absolutamente perniciosos e destruidores da aceitação benévola e atávica, no seio da Europa, da ideia de que um país despesista e incumpridor tem que viver necessariamente à custa do trabalho, do esforço, da poupança, ou seja, da riqueza dos demais países e dos seus cidadãos… Não será isto, afinal, uma forma aggionata e, por isso, ainda mais insidiosa e pérfida, do mais puro comunismo, que a revolução proletária nunca tinha conseguido fazer vingar na Europa (porque ela existia também para a impedir e combater)…???
Não será isto o mesmo que atingir o objectivo final e intrinsecamente perverso do marxismo e do comunismo de uma forma bem mais nefasta que a revolução proletária e comunista…???