Gastar à "tripa forra"...
Durante 25 anos, Portugal recebeu 9 milhões por dia, de fundos comunitários.
Hoje, não temos nada (perdão, temos auto-estradas, pontes, montanhas de obras municipais desnecessárias, improdutivas e estupidamente caras e inúteis, para além de empresas subsidiadas "à grande e à francesa" e agora falidas, e deixou-se de ter pesca e agricultura) e estamos completamente de tanga.
Entretanto, pelo caminho, criou-se o "admirável homem novo" português pós -Europa – o "empresário" "de sucesso" mas verdadeiramente um "chico esperto", especialista em "manobras" para se "aboletar" com os subsídios (com os quais arranja uma amante porque a "patroa" é uma matrona, faz férias nas Caraíbas, compra uma "bibenda" e um BMW e abre uma conta numa off-shore...) – e, num certo sentido, ficámos todos "ricos" ainda que se continuasse a dizer, cada um de si, que era "pobre", que precisava de mais subsídios ou de "ajudinhas" do Estado...
Inventou-se à grande, aldrabou-se ainda mais, gastou-se como se não houvesse amanhã. No final, contas feitas e resultados apurados, tirando o betão e o alcatrão, estamos na mesma. Ou antes, estamos pior, porque gastámos o dinheiro e não fomos capazes de nos transformar num país industrializado, produtivo e, por isso, rico.
Hoje, não temos mais esse dinheiro que agora tanto jeito nos faria. E estamos "pobres de pedir", que é, na verdade, aquilo a que nos fomos habituando e melhor sabemos fazer: pedir subsídios; sempre mais subsídios; sempre muitos subsídios.