UI, ui...!!! Isto é óbvio mas vai dar borrasca...!!!
O director da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM) defendeu hoje que Portugal tem “universitários a mais e cursos que não interessam a ninguém”.
Mas a verdade da afirmação é lapalissiana: é óbvio que há cursos a mais, é óbvio que há cursos que não interessam nem ao Menino Jesus e é óbvio que a habilitação que esses cursos proprocionam é um verdadeiro logro, em especial em matéria de empregabilidade.
Mas em termos de verdades lapalissianas há mais: as universidades públicas (as privadas nem tanto porque depois não têm alunos) replicam cursos que "não dão" para coisíssima nenhuma e só são criados para satisfazer interesses da classe docente, justificando o emprego dos docentes, e para as estatísticas da própria universidade (o que se vem confirmando com os resultados das colocações a quando do ingresso no ensino superior); e isto é tanto assim quanto o ensino superior está refém dele próprio, ou antes, está refém dos interesses corporativos da classe que, na autonomia de que o ensino superior é dotado, se apropriou do poder da sua direcção: os docentes universitários. São eles quem, verdadeiramente, tem interesse em que as coisas sejam e continuem assim, para, deste modo, melhor poderem garantir e perpetuar o seu poder oligarca e autocrático (ainda que pretensamente plural) dentro das instituições do ensino superior, dominando-as e tornando-as como se fossem suas e, assim, melhor poder confrontar (e afastar) o Estado da disciplina e governo dessas instituições.
Na verdade, a criação ou extinção de cursos universitários não representa qualquer atenção ou cuidado com o interesse dos jovens; representa unicamente, as mais das vezes, o cuidar do interesse dos docentes e da própria universidade.
Neste estado de coisas, talvez um relatório do FMI sobre as universidades, com verdades lapalissianas e um conjunto de óbvias sugestões, constituísse um bom ponto de partida...