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Pharmácia de Serviço

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Inocência

O director do Conservatório de Música de Coimbra foi espancado sem razão aparente por um grupo de jovens, perto da Estação de Coimbra B. Manuel Rocha, 48 anos, ficou ferido com gravidade, fracturando uma perna, e foi com o amigo até às Urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde está internado.

A cena de pancadaria ocorreu na segunda-feira, às 20h45, quando o músico esperava um amigo na estação ferroviária. Um jovem abordou-o, junto ao seu carro, e pediu-lhe lume para acender um cigarro. Manuel Rocha disse que não tinha, por não fumar, e após troca de palavras começou a ser agredido. A violência aumentou de intensidade quando amigos do agressor, entre eles uma mulher, se juntaram contra Manuel.


Como habitualmente - ou como já é costume - a notícia escamoteia, inocente ou deliberadamente, quem são os autores desta bárbara agressão. Continuamos a sofrer de um síndroma de incomodidade sempre que acontece alguma coisa que envolve pessoas de certas etnias que gozam - vá lá saber-se porquê - de alforria e de impunidade total. E essa incomodidade, que mais parece receio ou até medo, leva a resultados soturnos. Como o desta agressão. Não seria pior que a notícia referisse que os agressores foram ciganos e que os gadjos que a ela assistiram nada fizerem para lhe pôr termo.

Há regras mínimas de convivência em sociedade que todos os que nela vivem, concordem ou não com ela, têm que observar. Os ciganos, lá porque são ciganos, são bem vindo à sociedade, tal como todas as outras pessoas de todas as etnias e civilizações. O que não podem, nem lhes pode ser permitido, é viverem numa sociedade que tem determinadas regras e valores e quererem impor à sociedade os seus comportamentos e valores, reagindo quando são confrontados com a obrigação de se conformarem com as regras que todos, boamente, seguem. O que é por dizer que os ciganos ou se conformam e comportam de acordo com a regras vigentes para todos os membros da sociedade ou essa mesma sociedade tem o direito de reagir, por todos os modos que sejam, para se defender e os obrigar a cumprir regras mínimas. De outro modo viveremos no reino do medo e do terror.
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