Efeitos de "Bolonha" e da massificação do ensino superior
A massificação dos doutoramentos, que triplicaram em dez anos, abriu a porta ao negócio. Hoje, quem quiser acabar o curso sem queimar as pestanas tem a vida facilitada. O negócio de venda de teses prolifera no país e há quem faça disso uma forma de vida. Em troca, prometem profissionalismo e – o mais importante – sigilo.
Há uns anos atrás, a grande ambição do "portuguesinho médio" (e da sua família) era ser Dr. ou Eng. - não para subir um patamar do conhecimento, do saber, da cultura, da ciência, mas apenas porque se há igualdade (se, como se diz para aí, "semos todos iguais") e uns eram Drs. ou Engs., eles também tinham direito a ser, independentemente da aptidão ou preparação para tal.
Se isso era assim há uns anos, agora, com RVCC e Bolonha "evoluiu-se" nesse desejo (que não na qualidade e volume do conhecimento, cultura e educação) e já só quer ser Mestre ou Doutor.
Se ultrapassar as sucessivas fases de avaliações de um percurso escolar até à saída da universidade era uma questão de "arte e engenho" mais do que saber, agora surge aqui um problema. É que, para se ser Mestre ou Doutor, é preciso escrever uma dissertação ou uma tese. Ora isso é um bocado mais difícil do que copiar nos exames. Principalmente porque envolve escrever um texto em português, que é cada vez mais uma língua (escrita e falada) desconhecida...
Cheio de "iniciativa", o "portuguesinho médio" não se atemoriza e encontra logo "remédio para a coisa": "encomenda" a quem saiba (ou não saiba) a "sua" dissertação ou tese, e o problema está resolvido. Continua "quadrado" como dantes, mas o que é preciso é ser-se expedito...
Um dia destes, não há-de haver "cão nem gato" que não seja Mestre ou Doutor em "qualquer coisa" - apesar de poder ser um "bronco" que nem para pregar pregos serve.
E as Universidades - uma mais que outras - vão-se prestando a isto...
Há uns anos atrás, a grande ambição do "portuguesinho médio" (e da sua família) era ser Dr. ou Eng. - não para subir um patamar do conhecimento, do saber, da cultura, da ciência, mas apenas porque se há igualdade (se, como se diz para aí, "semos todos iguais") e uns eram Drs. ou Engs., eles também tinham direito a ser, independentemente da aptidão ou preparação para tal.
Se isso era assim há uns anos, agora, com RVCC e Bolonha "evoluiu-se" nesse desejo (que não na qualidade e volume do conhecimento, cultura e educação) e já só quer ser Mestre ou Doutor.
Se ultrapassar as sucessivas fases de avaliações de um percurso escolar até à saída da universidade era uma questão de "arte e engenho" mais do que saber, agora surge aqui um problema. É que, para se ser Mestre ou Doutor, é preciso escrever uma dissertação ou uma tese. Ora isso é um bocado mais difícil do que copiar nos exames. Principalmente porque envolve escrever um texto em português, que é cada vez mais uma língua (escrita e falada) desconhecida...
Cheio de "iniciativa", o "portuguesinho médio" não se atemoriza e encontra logo "remédio para a coisa": "encomenda" a quem saiba (ou não saiba) a "sua" dissertação ou tese, e o problema está resolvido. Continua "quadrado" como dantes, mas o que é preciso é ser-se expedito...
Um dia destes, não há-de haver "cão nem gato" que não seja Mestre ou Doutor em "qualquer coisa" - apesar de poder ser um "bronco" que nem para pregar pregos serve.
E as Universidades - uma mais que outras - vão-se prestando a isto...