Ao balcão da Pharmácia
No tempo de Salazar, ser funcionário público era a aspiração máxima de um português mediano. Não era muito bem pago mas conferia um estatuto, era reconhecido e, sobretudo, seguro. No pós 25 de Abril a função pública melhorou continuamente: manteve-se a segurança, os salários aumentaram, o estatuto e o reconhecimento não terão diminuído.
O auge deste processo ocorreu nos anos noventa, em que a massa salarial da função pública terá aumentado à taxa de 10% ao ano. No início do milénio, os funcionários públicos, sobretudo os de menor qualificação, ganhavam muito mais do que os trabalhadores privados de igual qualificação. Os últimos anos corrigiram esta situação, de forma dramática. Os salários baixaram, sobretudo os dos funcionários de qualificação mais elevada. Perdeu-se o estatuto, o prestígio e a própria segurança. Os candidatos à reforma ultrapassam a capacidade de atendimento do sistema. Os melhores vão-se embora. Parece necessário pensar tudo de novo, sem o que, um dia, não teremos função pública — um corpo profissional que se orgulhe de ter o Estado como empregador, por certo mais pequeno, mas muito mais qualificado, respeitado, motivado, eficiente e razoavelmente remunerado.
O auge deste processo ocorreu nos anos noventa, em que a massa salarial da função pública terá aumentado à taxa de 10% ao ano. No início do milénio, os funcionários públicos, sobretudo os de menor qualificação, ganhavam muito mais do que os trabalhadores privados de igual qualificação. Os últimos anos corrigiram esta situação, de forma dramática. Os salários baixaram, sobretudo os dos funcionários de qualificação mais elevada. Perdeu-se o estatuto, o prestígio e a própria segurança. Os candidatos à reforma ultrapassam a capacidade de atendimento do sistema. Os melhores vão-se embora. Parece necessário pensar tudo de novo, sem o que, um dia, não teremos função pública — um corpo profissional que se orgulhe de ter o Estado como empregador, por certo mais pequeno, mas muito mais qualificado, respeitado, motivado, eficiente e razoavelmente remunerado.
Daniel Bessa, este fim de semana, no caderno Economia do Expresso