Uma mentira cândida
O primeiro-ministro explicou esta segunda-feira, numa entrevista à «SIC», porque é que as taxas de juro dos certificados de aforro foram reduzidas: «era necessário ajustá-las às taxas do mercado»
Dito assim até parece verdade. Mas não é.
Os certificados de aforro da serie B sempre permitiram taxas de juros mais favoráveis, designadmente por virtude dos prémios (ou bonificações) de permanência. E isso é que os tornava atractivos, designadamente para um grande número de investidores ditos "tradicionais" que não estando para se aventurar em jogos de bolsa ou produtos financeiros mais arriscados, investiam aí as suas poupanças.
E é evidente que em tempos de juros comerciais baixos ou em baixa, os juros dos certificados eram bastantes favoráveis.
Por isso é que incentivavam o aforro - mas o pequeno aforro. Eram as pequenas poupanças que eram canalizadas para lá. Não parece que os grandes magnatas aplicassem os seus milhões fazendo investimentos em certificados de aforro em vez de ir à bolsa.
Os certificados de aforro eram já uma forma tradicional de pequena poupança - de "aforro" - facilmente acessível a toda a população nacional, porque eram subscritos nas estações dos correios e podiam ser subscritos com pequenas quantias.
Ao impor condições "de mercado" nos certificados, o estado (leia-se, o governo) apenas arredou uma grande número de pequenas poupanças de um juro um pouco mais favorável, atirando-as para as mãos vorazes dos bancos, onde são cobrados custos de manutenção e de gestão de títulos (a que acrescem os tradicionais impostos do estado) que consomem completemente os juros e os dividendos.
Ao acabar com o atractivo dos certificados de aforro que era o seu juro, o estado (leia-se, o governo) deu mais uma machadada no aforro, uma prática quase desapareceida em tempos de cartões de crédito e de crédito (ao consumo imediato) por telefone. Num tempo em que o endividamento familiar ronda os 120%, nada melhor para o combater do que promover o despesismo consumista, acabando com o atractivo de uma forma "tradicional" de "aforro".
Não deixa porém de ser curioso que ao mesmo tempo que alterava o regime dos certificados de aforro o governo tivesse lançado cá para fora os "certificados de reforma do estado", prometendo a quem os subcreva uma melhor reforma a troco de um desconto adicional no salário - mas, no fundo, pretendendo apenas "esportular" a quem trabalha mais uns "cobres" para sustentar a segurança social, ao mesmo tempo que quer fazer crer que esse "investimento" permite vir a ter uma reforma "por inteiro" a quem a ela já tinha direito mas que lhe foi entretanto retirado.
Ora até para isso os certificados de aforro eram bastante mais benéficos. Só que eles não davam dinheiro à segurança social ...
Dito assim até parece verdade. Mas não é.
Os certificados de aforro da serie B sempre permitiram taxas de juros mais favoráveis, designadmente por virtude dos prémios (ou bonificações) de permanência. E isso é que os tornava atractivos, designadamente para um grande número de investidores ditos "tradicionais" que não estando para se aventurar em jogos de bolsa ou produtos financeiros mais arriscados, investiam aí as suas poupanças.
E é evidente que em tempos de juros comerciais baixos ou em baixa, os juros dos certificados eram bastantes favoráveis.
Por isso é que incentivavam o aforro - mas o pequeno aforro. Eram as pequenas poupanças que eram canalizadas para lá. Não parece que os grandes magnatas aplicassem os seus milhões fazendo investimentos em certificados de aforro em vez de ir à bolsa.
Os certificados de aforro eram já uma forma tradicional de pequena poupança - de "aforro" - facilmente acessível a toda a população nacional, porque eram subscritos nas estações dos correios e podiam ser subscritos com pequenas quantias.
Ao impor condições "de mercado" nos certificados, o estado (leia-se, o governo) apenas arredou uma grande número de pequenas poupanças de um juro um pouco mais favorável, atirando-as para as mãos vorazes dos bancos, onde são cobrados custos de manutenção e de gestão de títulos (a que acrescem os tradicionais impostos do estado) que consomem completemente os juros e os dividendos.
Ao acabar com o atractivo dos certificados de aforro que era o seu juro, o estado (leia-se, o governo) deu mais uma machadada no aforro, uma prática quase desapareceida em tempos de cartões de crédito e de crédito (ao consumo imediato) por telefone. Num tempo em que o endividamento familiar ronda os 120%, nada melhor para o combater do que promover o despesismo consumista, acabando com o atractivo de uma forma "tradicional" de "aforro".
Não deixa porém de ser curioso que ao mesmo tempo que alterava o regime dos certificados de aforro o governo tivesse lançado cá para fora os "certificados de reforma do estado", prometendo a quem os subcreva uma melhor reforma a troco de um desconto adicional no salário - mas, no fundo, pretendendo apenas "esportular" a quem trabalha mais uns "cobres" para sustentar a segurança social, ao mesmo tempo que quer fazer crer que esse "investimento" permite vir a ter uma reforma "por inteiro" a quem a ela já tinha direito mas que lhe foi entretanto retirado.
Ora até para isso os certificados de aforro eram bastante mais benéficos. Só que eles não davam dinheiro à segurança social ...
Pela parte que me toca, já saquei os certificados de aforro que tinha.
Com esse meu dinheiro, não o usam mais para me lixarem, com ÉFE...
Toda a gente devia fazer o mesmo... mas somos um povo de preguiçosos...
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