"Uma verdade inconveniente"
Desde a sua tomada de posse que o governo tem procurado denegrir os funcionários públicos, quer em globo, quem através de ataques a alguns específicos grupos profissionais. A mensagem sempre passada foi a de que constituiam um grupo de privilegiados, as mais das vezes mandriões, que teriam arranjado um lugar no Estado sabe-se lá como e que com isso punham em causa as finanças públicas e, principalmente, o futuro de todos aqueles que trabalhavam no sector privado e que pagavam impostos. Em resumo: se défice havia ele era culpa dos funcionários públicos e das suas inimagináveis mordomias.
Este discurso, fácil e demagogo, pegou como fogo na palha, usando-se para justificar todas as medidas governamentais de "reforma" da função pública e acalentando as mais variadas diatribes contra estes trabalhadores, surgidas de um e outro lado, as mais as vezes de quem nem sequer faz a mínima ideia do que é o trabalho no Estado, mas que gosta de "dizer mal" porque isso está na moda.
Os funcionários públicos que afinal não têm qualquer espírito de classe, e são antes uma mole heterogénea de diferentes categorias profissionais, as mais das vezes antagónicas entre si, realtivamente a algumas das quais o espírito corporativo as impele a discriminar-se positivamente (claro ...) dos demais funcionários, aguentaram calados, todos os vitupérios, esperando com a "cabeça no cêpo" uma "reforma" da administração pública mil vezes anunciada e sempre adiada.
Da anunciada reforma - cujo diploma fundante foi aprovado na sexta feira no Parlamento, depois de expurgado das inconstitucionalidades iniciais - espera-se que venha alterar drásticamente a administração pública, e a transformar os "diabólicos" funcionários públicos em futuros "anjos" trabalhadores da administração. Ver-se-á o resultado ...
Certo é que depois de anos de contínuas referências depreciativas, apliadas pela imprensa e comentadores, eis senão quando começam a surgir notícias de que os "privilegiados" dos funcionários públicos, afinal, andam a perder consecutivamente poder de compra desde 2000. Os malandros dos "priviligiados" afinal andam a perder em "nível de vida" ...
Contudo, são eles que continuam a assegurar o funcionamento de imensa máquina burocrática do Estado - máquina essa, faça-se-lhes a justiça, não foram eles que a criaram ou inventaram.
Essa máquina foi criada pelos sucessivos governos, não para gáudio dos ditos funcionários, mas, as mais das vezes, para prosseguir finalidades e interesses politicos meramente conjunturais, que logo desaparecem mal se esfumam os governos.
"Sem rei nem roque" sucessivos governos - com especiais responsabilidades dos governos do PS - em tempos de "vacas gordas" dimensionaram a administração pública de forma a assegurar fidelidades e votos.
Outras vezes, era só por inépcia que isto acontecia. Desconhecendo ou parecendo desconhecer que a administração pública se suporta nos impostos e que os imposto reflectem o estado da economia, não previam futuras épocas de "vacas magras" quando tomavem medidas relativas à estruturação das administração pública. É quando essas "vacas magras" chegam o remédio é culpar os funcionários públicos pelo descalabro das contas públicas.
Pois bem. Parece afinal que os "estupores" do funcionários públicos, prenhes de privilégios, são os únicos, afinal, que andam a perder poder de compra de há dez anos a esta parte. Não obstante, continuam a trabalhar e a manter a funcionar a máquina estadual e assim a suportar os governos, seus "patrões", que os vituperam, e, afinal, a proporcionar, bem ou mal, à comunidade, as prestaçoes estaduais que esta necessita ou reclama.
Porém dito que foi que eles andam a perder "poder de compra", está dito e pronto. Eles que se aguentem com o facto, que ninguém os mandou ser funcionários públicos. Se estão mal, que se mudem ...
Imaginemos porém que os funcionários públicos, por estas e outras razões, ganhavam consciência de si e faziam como os argumentistas de Holywood ...
Podia ser que então, finalmente, se notasse a falta de quem é tão dispensável ...
Este discurso, fácil e demagogo, pegou como fogo na palha, usando-se para justificar todas as medidas governamentais de "reforma" da função pública e acalentando as mais variadas diatribes contra estes trabalhadores, surgidas de um e outro lado, as mais as vezes de quem nem sequer faz a mínima ideia do que é o trabalho no Estado, mas que gosta de "dizer mal" porque isso está na moda.
Os funcionários públicos que afinal não têm qualquer espírito de classe, e são antes uma mole heterogénea de diferentes categorias profissionais, as mais das vezes antagónicas entre si, realtivamente a algumas das quais o espírito corporativo as impele a discriminar-se positivamente (claro ...) dos demais funcionários, aguentaram calados, todos os vitupérios, esperando com a "cabeça no cêpo" uma "reforma" da administração pública mil vezes anunciada e sempre adiada.
Da anunciada reforma - cujo diploma fundante foi aprovado na sexta feira no Parlamento, depois de expurgado das inconstitucionalidades iniciais - espera-se que venha alterar drásticamente a administração pública, e a transformar os "diabólicos" funcionários públicos em futuros "anjos" trabalhadores da administração. Ver-se-á o resultado ...
Certo é que depois de anos de contínuas referências depreciativas, apliadas pela imprensa e comentadores, eis senão quando começam a surgir notícias de que os "privilegiados" dos funcionários públicos, afinal, andam a perder consecutivamente poder de compra desde 2000. Os malandros dos "priviligiados" afinal andam a perder em "nível de vida" ...
Contudo, são eles que continuam a assegurar o funcionamento de imensa máquina burocrática do Estado - máquina essa, faça-se-lhes a justiça, não foram eles que a criaram ou inventaram.
Essa máquina foi criada pelos sucessivos governos, não para gáudio dos ditos funcionários, mas, as mais das vezes, para prosseguir finalidades e interesses politicos meramente conjunturais, que logo desaparecem mal se esfumam os governos.
"Sem rei nem roque" sucessivos governos - com especiais responsabilidades dos governos do PS - em tempos de "vacas gordas" dimensionaram a administração pública de forma a assegurar fidelidades e votos.
Outras vezes, era só por inépcia que isto acontecia. Desconhecendo ou parecendo desconhecer que a administração pública se suporta nos impostos e que os imposto reflectem o estado da economia, não previam futuras épocas de "vacas magras" quando tomavem medidas relativas à estruturação das administração pública. É quando essas "vacas magras" chegam o remédio é culpar os funcionários públicos pelo descalabro das contas públicas.
Pois bem. Parece afinal que os "estupores" do funcionários públicos, prenhes de privilégios, são os únicos, afinal, que andam a perder poder de compra de há dez anos a esta parte. Não obstante, continuam a trabalhar e a manter a funcionar a máquina estadual e assim a suportar os governos, seus "patrões", que os vituperam, e, afinal, a proporcionar, bem ou mal, à comunidade, as prestaçoes estaduais que esta necessita ou reclama.
Porém dito que foi que eles andam a perder "poder de compra", está dito e pronto. Eles que se aguentem com o facto, que ninguém os mandou ser funcionários públicos. Se estão mal, que se mudem ...
Imaginemos porém que os funcionários públicos, por estas e outras razões, ganhavam consciência de si e faziam como os argumentistas de Holywood ...
Podia ser que então, finalmente, se notasse a falta de quem é tão dispensável ...