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Pharmácia de Serviço

Há remédio para tudo ... pharmaciadeservico_at_gmail.com

Espectacular, se não fosse trágico ...

Transcrição do telefonema do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para duas corporações de bombeiros (Favaios e Alijó), de forma a encaminhá-las para o local de um acidente, na sequência de um pedido de socorro de familiares da vítima, que havia caído nas escadas de sua casa, do que acabou por falecer.

(Depois da chamada de emergência, outra operadora do CODU do INEM telefona para os Bombeiros de Favaios)
Operadora (O): – Boa noite. É do CODU do INEM. É uma saidinha para Castedo.
Bombeiro de Favaios (BF): – Diga.
O: – Para o Bairro de Santo António, n.º **. Diga-me uma coisa: a VMER de Vila Real é a mais próxima, não é?
BF: – A de Vila Real já está fechada.
O: – Quanto tempo demora a viatura médica?
BF: – Ainda demora até ao Castedo. Vila Real...
O: – Não. De Vila Real a Castedo?
BF: – Ai. De Vila Real a Castedo? Sei lá.Três quartos de hora.
(A operadora do CODU fala com uma médica que se encontra no CODU)
O: – Doutora, a VMER demora três quartos de hora, mas também não tem coiso aberto...
Médica (M): [imperceptível]
O: – Mas que quer que ponha? VMER não disponível?
M: [imperceptível]
O (Volta a falar com os Bombeiros de Favaios): – Não há nenhum centro de saúde aberto?
BF: – Não, aqui está fechado.
O: – Vamos mandar a VMER de Vila Real. Isto é um masculino, de 44 anos. Quem nos ligou diz que caiu das escadas, deitou sangue pela boca, parece estar morto.
BF: – Diga. Estou?
O: – Sim. Está-me a ouvir?
BF: – Estou.
O: – Estou. Está-me a ouvir?
BF: – Estou...
O: – Ó meu Deus! Eu estou a ouvir. Está-me a ouvir?
BF: – Diga, diga...
O: – Ouviu o que eu disse até aqui ou não ouvi nada?
BF: – Não ouvi. Desculpe lá, estou a ouvir de telemóvel.
O: – Vou mandar vir a VMER de Vila Real. O senhor caiu pelas escadas. Quem ligou diz que já está morto!.
BF: – Ah!... Pois, e agora o que quer que se faça?
O: – Ficha CODU 32...
BF: – Espere aí, que eu agora não tenho aqui caneta!!!
O: – Eu vou ajudá-lo. Vou passar a VMER de Vila Real para ajudar a chegar ao local. Não desligue. (...) Valha-me Deus, estou lixada.
(A operadora do CODU liga para a médica de serviço à VMER de Vila Real)
Médica da VMER (MV): – Sim?
O: – Olá, doutora. É uma saída, para longe.
MV: – Para onde?
O: – Castedo, Alijó. (risos)
MV: – Ok. O que é?
O: – Um senhor de 44 anos caiu pelas escadas. Deitou sangue pela boca. O contactante diz que ele está morto!
MV: – Morto?
O: – Sim. Diz o irmão.
MV: – Pois, coitadinho.
C: – Mas com uma calma gélida, segundo a minha colega.
MV: – Hummm...
O: – Eu vou passar-lhe os Bombeiros de Favaios para dar uma ajudita.
(A operadora do CODU retoma a conversa com os Bombeiros de Favaios)
O: – Estou, Favaios?
BF: – Estou, estou.
O: – Ajude aqui a viatura médica, se faz favor..
BF: – Sim, sim, ora diga lá então..
O: – Estão em linha, pode falar.
(Bombeiro de Favaios e a médica da VMER de Vila Real falam um com o outro)
MV: – Boa noite.
BF: – Boa noite.
MV: – Boa noite. Podiam dar-nos algumas indicações? Onde é o...
BF: – Como, como?
MV: – Se nos podia dar algumas indicações. Onde é...
BF: – Ora bem. Eu não sei como é que vou explicar. Chega ali a Alijó, vai adiante, ao pé das bombas de gasolina. Há uma rotunda à esquerda. Corta à esquerda, para ir ao Intermarché. E segue sempre em frente para o Castedo. Sempre estrada fora.
MV: – Para onde?
BF: – Para o Castedo.
MV: – OK. Pronto, obrigado.
BF: – E agora, o que faço?
MV: – Diga?!?
BF: – O que faço? É preciso ir lá eu?
MV: – (risos). Ó senhor, nós vamos a caminho.
(A operadora do CODU reentra na chamada telefónica)
O: – Ó, Favaios!
BF: – Diga, diga.
O: – Obviamente é para lá ir a ambulância para iniciar suporte básico de vida. Se estiver em paragem. Digo eu.
BF: – Olhe, mas arranco para lá eu?
O: – ... (risos).
BF: – Estou?
O: – Peço desculpa. Eu estou a falar com uma corporação de bombeiros, não estou?
BF: – Está sim. Mas estou a atender o telemóvel.
O: – Então eu estou a dar-lhe uma saída, e pergunta-me a mim o que vai fazer? Nunca tal me aconteceu.
BF: – Desculpe lá, desculpe lá.
O: – Claro que tem de ir para o local com a ambulância e com o colega.
BF: – Então qual é o número?
O: – 32703.
BF: – Posso desligar, CODU?
O: – Pode, pode.
BF: – Arranco então. Vou já arrancar para lá.
O: – Sim, arranque para lá. Avalia a vítima e, quando tiver dados, dá a informação para cá para o CODU.
BF: – Eu estou sozinho.
O: – Está sozinho?
BF: – Estou.
O: – Então como vai sair uma ambulância sozinha?!.
BF: – Não tenho mais ninguém agora aqui.
O: – Como não tem?
BF: – Então como vou fazer!?!
O: – Espere aí! (dirigindo-se para a médica da VMER) Ó doutora, Favaios está sozinho, não tem mais ninguém... (volta a falar com o bombeiro) Não arranja outro tripulante?
BF: – Quem é que vou arranjar agora?!
O: – Qual é a corporação mais próxima além de vocês?
BF: – Só Alijó.
O: – Quanto tempo para chegar ao local?
BF: – É só ir buscar a ambulância e arrancar!
O: – É só ir buscar a ambulância e arrancar! (risos em fundo)
BF: – Cinco minutos.
O: – Mas quanto tempo demora a chegar ao local?
BF: – Daqui ao local são sete a oito minutos.
O: – Dez minutos. Qual é a corporação mais próxima? É Alijó?
BF: – É Alijó.
O: – Quanto tempo Alijó demora a chegar ao local?
BF: – Mais ou menos a mesma coisa. É pegado.
O: – Então vou mandar Alijó. Vou pedir ajuda, para você ajudá-lo a chegar ao local. (desabafo para alguém que está ao lado) Tu estás a ver? Ele está sozinho. “O que é que eu faço?”, pergunta-me ele.
(A operadora do CODU telefona para os Bombeiros de Alijó)
Bombeiro de Alijó (BA): – Estou sim...
O: – Uma saidinha para Castedo.
BA: – Castedo é Favaios!
O: – Pois é. Mas Favaios está só com um senhor e a ambulância. E a vítima pode estar em paragem respiratória. Vai a viatura médica de Vila Real. Não posso enviar uma ambulância só com uma pessoa para fazer uma emergência médica.
BA: – Aqui também não tenho ninguém.
O: – Não tem aí ninguém.
BA: – Não. Só se chamar...
O: – Então...
BA: – Aqui só fico eu de noite.
O: – Só fica o senhor sozinho de noite na corporação? Então se há um incêndio?
BA: – Tenho de tocar a sirene.
O: – Tem de tocar a sirene. Ó valha-me Deus!
BA: – Minha amiga, não temos meios.
O: – (dirigindo-se à médica da VMER) Ó doutora, Alijó idem idem...
BA: – Mas eu vou chamar um colega meu.
O: – Ó doutora. Eu posso mandar ir o de Favaios e o de Alijó. (dirige-se ao bombeiro) O senhor pode ir?
BA: – Vou chamar o meu colega.
O: – Vai chamar o colega. Pronto, então siga. Vá. Bairro de Santo António. n.º **
BA: – Qual é o número da ficha?
O: – 32706, Sabe onde fica?
BA: – Sei, sei. Vou já ligar.
O: – Pronto, obrigada.
(Chamada termina após nove minutos e meio, minutos depois das 04h00 de anteontem)
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sexta-feira, janeiro 25, 2008 11:36:00 da tarde

«Tenho a certeza que dentro de dois, três meses, ou menos até, as populações compreenderão que fizemos o que tínhamos que fazer para o bem das próprias populações.» Correia de Campos em Dezembro, a propósito do encerramento do SAP de Alijó.    



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