O empréstimo
Os deputados da Assembleia Municipal de Lisboa aprovaram ao início da noite, por maioria, a contratação de um empréstimo de 400 milhões de euros para o pagamento das dívidas da autarquia, dando aval a um acordo conseguido pouco antes entre PS e PSD
Há qualquer coisa de sórdido neste empréstimo; ou antes, no processo que levou à sua aprovação.
Em primeiro lugar a política em Portugal é feita como se estivessemos no mais sujo "mercado franco" da época medieval. Nada é certo, nada é rigoroso, nada é recto. Procuram-se vantagens, persegue-se o benefício, negoceia-se a decisão.
O presidente da câmara, destacada figura do PS afirmou sempre que precisava de 500 milhões de euros para pagar as dívidas. Porém nunca disse a quanto ascendiam as dividas. Como única identificação do seu montante referiu apenas que provinham dos mandatos em que o PSD esteve à frente da Câmara. Mas números, nada.
Em suma: eram precisos 500 milhões de euros para pagar todas as dívidas. E era isto ou a sua demissão.
O PSD resolveu esticar a corda. O seu presidente disse que o empréstimo não era para aprovar. Que grande parte dele era para o actual presidente fazer campanha. Porém outros laranjas diziam que devia ser aprovado. Apresentaram ontem uma solução alternativa para o problema financeiro da câmara. E nisto se passaram os dias.
Hoje, a assembleia municipal aprovou um empréstimo de 400 milhões de euros. Menos 100 milhões de euros do que o inicialmente pretendido pelo presidente da câmara. Mas mais do que o PSD dizia ser necessário ou financeiramente suportável para a câmara.
Este montante foi "obtido" por acordo entre o PS e o PSD.
Em primeiro lugar, isto significa que afinal não eram mesmo precisos 500 milhões de euros para saldar as dívidas - o que deixa transparecer que o presidente da câmara apenas pretendia arranjar "umas massas" suplementares para "fazer umas flores". O que nada abona em seu favor.
Mas significa também que o PSD tem a posição que, em cada minuto, seja a mais conveniente. Ontem não havia empréstimo, hoje já há. Mas apesar do montante ter sido "negociado" consigo, absteve-se na votação. Há posições que não se percebem.
No fim de tudo isto os "alfacinhas" bem podem ficar com a certeza de que não têm certeza nenhuma de quanto, afinal, a sua câmara deve - tanto podem ser 500 milhões de euros, como 400 milhões, como qualquer outra quantia que o PS e o PSD decidam acordar entre si.
É assim que se vai fazendo o governo da "coisa pública" em Portugal.
Há qualquer coisa de sórdido neste empréstimo; ou antes, no processo que levou à sua aprovação.
Em primeiro lugar a política em Portugal é feita como se estivessemos no mais sujo "mercado franco" da época medieval. Nada é certo, nada é rigoroso, nada é recto. Procuram-se vantagens, persegue-se o benefício, negoceia-se a decisão.
O presidente da câmara, destacada figura do PS afirmou sempre que precisava de 500 milhões de euros para pagar as dívidas. Porém nunca disse a quanto ascendiam as dividas. Como única identificação do seu montante referiu apenas que provinham dos mandatos em que o PSD esteve à frente da Câmara. Mas números, nada.
Em suma: eram precisos 500 milhões de euros para pagar todas as dívidas. E era isto ou a sua demissão.
O PSD resolveu esticar a corda. O seu presidente disse que o empréstimo não era para aprovar. Que grande parte dele era para o actual presidente fazer campanha. Porém outros laranjas diziam que devia ser aprovado. Apresentaram ontem uma solução alternativa para o problema financeiro da câmara. E nisto se passaram os dias.
Hoje, a assembleia municipal aprovou um empréstimo de 400 milhões de euros. Menos 100 milhões de euros do que o inicialmente pretendido pelo presidente da câmara. Mas mais do que o PSD dizia ser necessário ou financeiramente suportável para a câmara.
Este montante foi "obtido" por acordo entre o PS e o PSD.
Em primeiro lugar, isto significa que afinal não eram mesmo precisos 500 milhões de euros para saldar as dívidas - o que deixa transparecer que o presidente da câmara apenas pretendia arranjar "umas massas" suplementares para "fazer umas flores". O que nada abona em seu favor.
Mas significa também que o PSD tem a posição que, em cada minuto, seja a mais conveniente. Ontem não havia empréstimo, hoje já há. Mas apesar do montante ter sido "negociado" consigo, absteve-se na votação. Há posições que não se percebem.
No fim de tudo isto os "alfacinhas" bem podem ficar com a certeza de que não têm certeza nenhuma de quanto, afinal, a sua câmara deve - tanto podem ser 500 milhões de euros, como 400 milhões, como qualquer outra quantia que o PS e o PSD decidam acordar entre si.
É assim que se vai fazendo o governo da "coisa pública" em Portugal.