Ao balcão da Pharmácia
Sobre o caso BCP já percebi tudo. E não foi lendo o Diário Económico. Foi cotejando o noticiário do escândalo com livros de humor. Nestes, encontrei as frases adequadas para me ilustrar. Assim, quando me interrogava sobre o significado do retorno de Jardim Gonçalves ao banco, com as consequências dramáticas que isso lhe trouxe, li a explicação em Bernard Shaw: "A maneira mais certa de arruinar um homem que não sabe gerir dinheiro é dar-lhe mais." Quando me espantei por gente ligada ao Opus Dei ficar calada quando o seu bom nome era posto em causa, encontrei a resposta em Maurice Baring: "Se queres saber como Deus despreza o dinheiro, basta ver para quem Ele o dá." E quando me perdi com as histórias de dinheiro mandado para paraísos fiscais e que voltava para compras fictícias que aumentavam o valor das acções do banco, salvou- -me a definição de Northcote Parkinson: "Certos balanços de empresa deviam estar nas estantes de ficção."
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Ferreira Fernandes,
hoje, no Diário de Notícias