O "grande salto em frente" ...
Depois de dois anos de denúncia constante dos funcionários públicos, seres abúlicos, mandriões e ineptos, gozando de inadmissíveis privilégios, montados em insustentáveis mordomias, com uma total falta de carácter, venais como Judas, de cujo salário mensal o menos que se pode dizer é ser um verdadeiro desperdício, gozando de reformas chorudas, esportuladas ainda em tenros anos, pelos mais diversos fúteis motivos, assim roubando o Estado e os demais concidadãos, razão de todos os males do Estado, designadmente do défice das contas públicas, causadores da incapacidade da economia e do marasmo económico, sem os quais o mundo e o Estado funcionaria muito melhor, o primeiro ministro, depois de criar um clima de animosidade geral contra eles, e de fazê-los suportar de forma subjugadora as indispensáveis" "poupanças" das contas públicas, mostrando que afinal não há mesmo "vida para além do défice", resolveu dar um "grande salto em frente" e atirar para as costas da legislação e da composição das juntas médicas da CGA, a causa das decisões que levaram dois professores, grave e irremediavelmente doentes, a morrerem no seu posto de trabalho e prometer que uma auditoria às juntas médicas e uma alteração da legislação resolverão o caso.
Chama-se a isto "fuga para a frente".
Porque a juntas médicas da CGA dependem da própria CGA e funcionam administrativamente de acordo com as orientações por ela fixadas, porque a CGA depende tutelarmente do ministério das finanças,e porque este ministério prossegue a politica do governo, definida pelo primeiro ministro, não se comprende o silência da CGA e do ministério das finaças sobre o caso.
Mas o primeiro ministro, pressentindo que o caso é grave, resolveu, antes que o mal se lhe "pegue", anunciar umas iniciativas que atiram a responsabilidade dos factos sobre terceiros, médicos, e sobre a legislação, má e desumana, para assim dizer que ele nada tem a ver com o que aconteceu, assumindo um compungido papel de quem "se sente"...
É preciso que se note que juntas médicas da Caixa Geral de Aposentações existem há dezenas e dezenas de anos, tantos quanto os da própria CGA, e que se saiba, nunca, mesmo em tempos de grande rigor, terá acontecido nada parecido.
Talvez não fosse mau lembrar que, tal como na revolução chinesa, os "grandes saltos em frente" voluntaristas levam a grandes revezes ...