O celibato da culpa
Jorge Coelho o “vulgar cidadão” que preza muito “dizer coisas” e, quando as diz, não se coíbe de referir que não é «deputado, nem ministro, nem autarca» e que não tem cargos partidários, como se isso fosse um labéu desprestigiante a afectar indelevelmente o valor da sua opinação e a credibilidade desta junto de todos os “portugueses” – parece esquecer-se (e querer que todos esqueçam) que já foi deputado, ministro, autarca e teve altos cargos partidários no PS.
Porém o vulgar cidadão Coelho já não diz que foi nem nega que é a eminência parda do PS e do regime, e o bombeiro do actual-futuro secretário-geral do PS.
Ora o “vulgar cidadão” Jorge Coelho resolveu pronunciar-se sobre a sentença do designado “julgamento de Entre-os-Rios”, não sem antes sublinhar que não se pronunciava sobre o julgamento, porque não se podia pronunciar, nem comentava as decisões da justiça como a seguir não deixou de comentar. E assim, nesta “ronha”, não se dispensou de ir dizendo, face à absolvição de oito engenheiros da JAE pelo “colectivo” daquele julgamento, que “a culpa morreu solteira”.
Jorge Coelho era à altura da queda da ponte de Entre-os Rios, ministro do equipamento social. Na noite do desastre apresentou a sua demissão, afirmando assim assumir a responsabilidade política do desastre. Diz que com isso quis demonstra que assumia a sua responsabilidade (naturalmente “política” já que era ministro…) e mostrar que tem que haver responsáveis responsabilizados pela ocorrência de acontecimentos deste tipo …
O que Coelho diz e quer dizer agora, é que ele, assumindo as suas responsabilidades, aplicou-se a si mesmo uma punição: "auto-demissão". "Auto-demitiu-se" de ministro, e pronto ...! Por isso, para ele, os deuses só ficariam devidamente aplacados e a justiça em paz consigo mesma se o tribunal tivesse feito “malhar” alguém “com os ossos na cadeia”.
Então definitivamente acabava o terrível e sofrido “celibato da culpa”. Porém não foi assim e é pena ...
É fácil dizerem-se coisas destas. Principalmente quando se pretende comparar o “alívio” que dever ter sido para o ministro que, em última instância, seria o responsável pelo trágico acontecimento, deixar o cargo ministerial que ocupava e pôr-se, “alegremente” com grande sentido de responsabilidade “política”, “ao fresco”, acabando logo aí com todas as “chatisses” que, depois do acidente, a manutenção em funções ministeriais lhe haveria de acarretar, com o vexame, o amargo, a agrura, o desencanto da vida, a tensão, a pressão, a expectativa de uma condenação, possivelmente numa pena de prisão, que implicou, para os oito arguidos, a sua acusação e julgamento neste processo.
Para Coelho depois do seu “magnânimo” gesto de "auto-demissão", alguém deveria também ser responsabilizado pelo acontecido. Quem quer que fosse.
Só que, neste caso, a "pena" seria um pouco mais "incómoda": caber-lhe-ia, a essse responsável, “malhar com os ossos na cadeia” … Era o que se podia arranjar …
Esta seria, assim, a derradeira forma de pagamento do “tributo de sangue”, nem que fosse só para acabar com o celibato da culpa e esta não “morrer solteira”… Porque isso é que é importante ...
Porém o vulgar cidadão Coelho já não diz que foi nem nega que é a eminência parda do PS e do regime, e o bombeiro do actual-futuro secretário-geral do PS.
Ora o “vulgar cidadão” Jorge Coelho resolveu pronunciar-se sobre a sentença do designado “julgamento de Entre-os-Rios”, não sem antes sublinhar que não se pronunciava sobre o julgamento, porque não se podia pronunciar, nem comentava as decisões da justiça como a seguir não deixou de comentar. E assim, nesta “ronha”, não se dispensou de ir dizendo, face à absolvição de oito engenheiros da JAE pelo “colectivo” daquele julgamento, que “a culpa morreu solteira”.
Jorge Coelho era à altura da queda da ponte de Entre-os Rios, ministro do equipamento social. Na noite do desastre apresentou a sua demissão, afirmando assim assumir a responsabilidade política do desastre. Diz que com isso quis demonstra que assumia a sua responsabilidade (naturalmente “política” já que era ministro…) e mostrar que tem que haver responsáveis responsabilizados pela ocorrência de acontecimentos deste tipo …
O que Coelho diz e quer dizer agora, é que ele, assumindo as suas responsabilidades, aplicou-se a si mesmo uma punição: "auto-demissão". "Auto-demitiu-se" de ministro, e pronto ...! Por isso, para ele, os deuses só ficariam devidamente aplacados e a justiça em paz consigo mesma se o tribunal tivesse feito “malhar” alguém “com os ossos na cadeia”.
Então definitivamente acabava o terrível e sofrido “celibato da culpa”. Porém não foi assim e é pena ...
É fácil dizerem-se coisas destas. Principalmente quando se pretende comparar o “alívio” que dever ter sido para o ministro que, em última instância, seria o responsável pelo trágico acontecimento, deixar o cargo ministerial que ocupava e pôr-se, “alegremente” com grande sentido de responsabilidade “política”, “ao fresco”, acabando logo aí com todas as “chatisses” que, depois do acidente, a manutenção em funções ministeriais lhe haveria de acarretar, com o vexame, o amargo, a agrura, o desencanto da vida, a tensão, a pressão, a expectativa de uma condenação, possivelmente numa pena de prisão, que implicou, para os oito arguidos, a sua acusação e julgamento neste processo.
Para Coelho depois do seu “magnânimo” gesto de "auto-demissão", alguém deveria também ser responsabilizado pelo acontecido. Quem quer que fosse.
Só que, neste caso, a "pena" seria um pouco mais "incómoda": caber-lhe-ia, a essse responsável, “malhar com os ossos na cadeia” … Era o que se podia arranjar …
Esta seria, assim, a derradeira forma de pagamento do “tributo de sangue”, nem que fosse só para acabar com o celibato da culpa e esta não “morrer solteira”… Porque isso é que é importante ...