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Pharmácia de Serviço

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Zig-zag

Ao que se consegue apurar em face da “trajectória” seguida pelo Banco de Portugal e, em especial, do seu governador, a técnica para aparentar a independência que dever ser apanágio deste tipo de banca (e que por cá tem andado um tanto ou quanto mal tratada) é “dar uma no cravo e outra na ferradura”.

Utilizando magistralmente esta técnica, o Banco de Portugal vem agora dizer-nos, no seu “Boletim Económico da Primavera” (só o nome estimula a economia…), que a evolução da economia portuguesa em 2005 foi marcada pelo reduzido crescimento da actividade, a estagnação do emprego e o aumento da taxa de desemprego. Simultaneamente assistiu-se a um aumento do défice estrutural das contas públicas (Quadro 1.1). A situação de 2005 agravou a divergência real face à área do euro e é reveladora da dificuldade que a economia portuguesa tem demonstrado em se ajustar às regras da união monetária e à intensificação do processo de globalização.

Como se pode constatar pelos números tudo o que havia a piorar, piorou durante 2005; nada do que deveria melhorar, melhorou.

Depois do “frete” feito ao governo, com a previsão de 6% de défice orçamental (valor que “dava pano para mangas”, mas que o governo levou “à seria” e conseguiu “respeitar”, conseguindo assim atingir um dos maiores défices orçamentais) o Banco de Portugal vem agora dizer que, afinal a economia não cresceu e que tudo afinal não está melhor – ou antes, está pior.

Dando uma ideia de independência e rigor, "salva a pele" perante a opinião pública ("afinal os gajos do BP também dizem mal ...!") e, ainda assim, "desculpabiliza" o governo, (o aumento do preço das matérias primas e da energia e o não ajustamento dos salários reais afectaram negativamente a produção portuguesa e explicam em parte o mau momento) transmitindo a ideia de que este ano as coisa poderão correr melhor.

Vamos lá ver o que virá escrito no Boletim Económico do Verão 2006.
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