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Pharmácia de Serviço

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“Biba” Portugal! “Bib’á" nossa Selecção!

1. Segundo o que conta a comunicação social – no caso foi a SIC Notícias – o primeiro ministro pinto de sousa, que também usa Sócrates, foi a Aveiro, no passado sábado, dia de “reflexão”, para estar presente no jogo-referência-decisivo da nossa Selecção contra o potentado futebolístico que é o Lichenstein!
Até aqui tudo bem! Ou, menos mal! Não se percebe bem qual o critério que levou o primeiro ministro a um jogo da selecção que até nem era um designado “grande jogo”; verdadeiramente nada de definitivo estava em causa que justificasse aquela presença.
E, a ser assim, seguindo-se “à letra” o critério para esta sua presença neste jogo, não há nenhuma razão para que ele não venha a estar presente em todos os jogos da nossa selecção, mesmo os de preparação (já quanto à sua presença nos treinos levantam-se algumas reservas).

2. Agora o que não se compreende muito bem é que o primeiro ministro de um governo PS e secretário geral do PS vá a um jogo da selecção nacional num dia de sábado que antecede um domingo de eleições autárquicas, ou seja num “dia de reflexão”, para, inevitavelmente aparecer em público e ser visto, no estádio e em todo o país, através do canal 1 da televisão pública.
Não será que este acto parece um tanto ou quanto propaganda eleitoral disfarçada de populismo basista (mal disfarçado e sempre enjeitado), designadamente quando comparada com a atitude de “recato radical” do Presidente da República que não foi à Câmara Municipal de Lisboa em 5 de Outubro, para que a sua presença não tivesse ou não pudesse ter qualquer conotação ou efeito eleitoral, quando, nesse caso se tratava de uma cerimónia que se repete desde 1911?

3. A cerejita no cimo do bolo é o facto do primeiro ministro ter ido, nesse dia, de Lisboa a Aveiro, num Falcon da Força Aérea. O “ministro-clone” ou “factótum” do primeiro ministro esteve na televisão (SIC Notíciaas), a debitar, imitando a fala e gestos do amo, umas desculpas, mal amanhadas no gabinete, querendo fazer-nos crer que a utilização do Falcon foi um benefício para a Nação, e que só a mesquinhez dos “portugalitos” e a comunicação social “demagoga e populista” é que se lembra de tais infâmias.
Disse mais. Disse que esta deslocação se tratava de “missão oficial” do primeiro ministro, que tinha estado a trabalhar o sábado todo, enquanto que o resto dos portugueses estava na pândega!
Curioso! Como as coisas mudam radicalmente quando se passa da oposição para cima do cavalo do poder!
Fiquemos por aqui! Bonda!

4. O que não se sabe, nem foi explicado, é como o primeiro ministro foi de S. Bento para Figo Maduro. Presume-se que na sua viatura oficial. Tudo bem!
Mas como é que ele foi do Aeródromo de Ovar (local onde, segunda a SIC Notícias, pousou o Falcon) até ao novo Estádio Municipal de Aveiro (o do Euro 2004)? Sim, como efectuou este trajecto?
Decerto que não foi de taxi nem à boleia de Gilberto Madaíl.
O mais certo é ter sido numa viatura oficial do seu gabinete. Ora como (já) não há gabinetes descentralizados, a viatura deve ter vindo de Lisboa até Ovar com o respectivo motorista, para depois carregar o senhor primeiro ministro até ao estádio, “em missão oficial”.
Findo o “derby”o senhor primeiro ministro fez-se transportar na viatura oficial até Ovar, tomou o Falcon, tendo aquela viatura regressado a Lisboa pelos próprios meios, ou seja, conduzida pelo motorista.
Isto para não falar da viatura da segurança pessoal que sempre acompanha o primeiro ministro, mais a mais quando em “missão oficial”.
Será que numa época que é, a toda a hora e a todo o instante, descrita pelo governo como de “profunda crise” e de necessidade de uma enorme “poupança forçada” nos dispêndios públicos, esta deslocação não aparecerá como um exagero, para não dizer um despudorado abuso de poder?

Moral da história em época de crise: faz como S. Tomás – faz o que ele diz não faças o que ele faz.
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