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Pharmácia de Serviço

Há remédio para tudo ... pharmaciadeservico_at_gmail.com

A ler...

Na esquerda mais à esquerda, na esquerda mais ao centro, ou na direita da esquerda, há – ou parece que há, a avaliar pelo alarme e os alarmistas – uma grande preocupação com aquilo a que todas chamam “a subida da extrema-direita”.

Parece que o alarme é justificado porque a “extrema-direita”, além de “não ter cultura nem maneiras” é “nacionalista, xenófoba, racista e antidemocrática”. Adivinham-se, por isso, momentos de grande perigo para as liberdades públicas, semelhantes àqueles que, há cem anos, o Continente atravessou.

Mas, afinal, o que é que tanto ameaça a Europa? (...)

O que é que tanto inquieta todos estes desempoeirados espíritos comentantes? O que é que lhes traz tanta ansiedade, tanta angústia, tanto desespero? O que é que perante “as bestas louras” da fábula nietzscheana os leva a esgrimir atabalhoados fact checks, prevenções, diatribes, pontos atribuídos em debates? O que é que se passa para que haja, entre os guardiões do Bem e da Verdade que constituem a comunidade mediática, quem exija, como na Alemanha, a proibição de partidos políticos que têm mais de 20% do eleitorado? Ou para que se recorra às intervenções do “quarto poder” a fim de impedir a aplicação de leis votadas no Parlamento (como em França com as leis recentes sobre a imigração)?

Entre pânicos genuínos e preocupações sinceras, o que parece realmente perturbar profundamente académicos, sociólogos, politólogos, analistas, comentadores, jornalistas, colunistas e influencers é a origem da ascensão destas tenebrosas extremas-direitas: os eleitores – muitos e cada vez mais – perante os desmandos dos partidos tradicionais e à revelia dos “media de referência”.

O que terá acontecido ao povo, que parece já não perceber que as eleições só devem ser ganhas pela Esquerda ou, quando muito, pela direita da Esquerda, essa nebulosa área política inventada e incentivada, entre nós, pela Esquerda? O que é isto de “o povo” ignorar os avisos apocalípticos de quem sabe, mostrando-se insensível à pedagogia dos pedagogos, às análises dos analistas, às pontuações dos júris, enquanto deixa que, na Europa e por cá, “os populistas” continuem animadamente a subir nas sondagens e nas eleições? Mais ainda, o que é que se passa, por exemplo, em Itália, onde a extrema-direita teve a ousadia de chegar ao poder e não acabar com a Democracia, como estava no guião, nem seguir o pavoroso elenco de diabólicas malfeitorias tão profusamente anunciado por académicos, sociólogos, politólogos, analistas, comentadores, jornalistas, colunistas e influencers?

Obviamente de Jaime Nogueira Pinto. Hoje, no Observador.

A esquerda - democratas de pacotilha incluídos - bem que podem "limpar as mão à parede"...

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