O à-vontade com que os governantes, ou o bando que desempenha o papel, atropelam a decência não é normal sob qualquer perspectiva. Nem eles antecipariam tanta facilidade, donde o evidente gozo com que a usufruem. De facto, fazem o que lhes apetece e, o que agrava só ligeiramente a situação, sabem-se livres de fazer o que lhes apetece. E sabem que nenhum castigo lhes advirá. Podem subir os impostos a níveis inéditos e são aclamados por “virar a página” da “austeridade”. Podem aumentar os gastos do Estado para contentar clientelas e são louvados pelo rigor. Podem estrafegar a saúde e o que calha para controlar o défice e são beatificados a pretexto da “consciência social” (além de apreciados pelos “utentes” que sofrem a manha). Podem baixar o défice de 2,8% para 3% e são glorificados pelo “recorde” da “história democrática” (porque o dinheiro “injectado” na CGD aparentemente não conta). Podem banhar-se nas ignomínias da bola. Podem encenar a comédia de Tancos ou, em actos sucessivos, a tragédia de Pedrógão Grande.
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on domingo, 1 de abril de 2018 at 1.4.18.
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