A ler...
... O dialecto é demasiado pobre. O oportunismo é demasiado infantil. O provincianismo é demasiado caricatural. O descaramento é demasiado forçado. A ambição é demasiado brutal. A manha é demasiado ostensiva. O ridículo é demasiado evidente. A perversidade é demasiado tosca. O estilo é demasiado repulsivo. A boçalidade é demasiado boçal. A desumanidade é demasiada, ponto. Tudo no dr. Costa, das roupas aos risos e dos truques às palavras (digamos), se confunde com um boneco, ou o estereótipo superficial de um político grotesco.
O dr. Costa, em suma, é mau demais para ser mentira. Infelizmente, como estamos em Portugal, é péssimo o suficiente para ser verdade. ...
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... E há o radioso momento em que, semanas antes do último Verão, o dr. Costa trocou as chefias da Protecção Civil por amigos (ele tem muitos) de reconhecida competência. E há Pedrógão Grande. E há a resposta do dr. Costa às vítimas de Pedrógão Grande, abandonadas a protectores que não protegem, um sistema de segurança que não funciona e helicópteros que não voam enquanto Sua Excelência desfilava calções e compaixão numa praia espanhola. E há a conversa fiada e as promessas reles que o dr. Costa despejou sobre os escombros de uma das maiores calamidades registadas do género. E há, quatro meses depois, uma calamidade quase idêntica em dimensão e incúria. E há a criminosa arrogância do dr. Costa, que, inchado pela vitória nas “autárquicas”, redobrou o desdém face aos que o maçam com ninharias (“Ó minha senhora, não me faça rir a esta hora”). E há a pedagógica “comunicação” ao país, na qual exibiu um cinismo que, em cérebro superior ao de um laparoto, talvez sugerisse indícios de psicopatia. E há a demissão, em último recurso, da ministra da Administração Interna, uma inultilidadezinha versada em disparates, e o tapete de que o dr. Costa se serviu para esconder o lixo... .