A ler...
Se o pacote de acusados constitui uma amostra razoável da oligarquia que regularmente enxovalha o país, convém notar que, por definição, as amostras deixam o resto de fora.
E o resto é demasiada gente. A gente dos “media”, nulidades amestradas que José Sócrates inventou ou desenterrou para o servir. A gente do comentário “isento”, sob nome próprio ou pseudónimo, cujas avenças cresciam de modo directamente proporcional à beatificação do amo e senhor. A gente dos negócios que prosperava à sombra da criatura e retribuía a prosperidade com juros. A gente da “justiça”, indivíduos com pilosidade auricular que garantiam a impunidade do benemérito que lhes arranjou emprego. A gente das “relações pessoais”, um folclórico grupo de familiares, namoradas e espontâneos que cirandava em redor de dinheiro facílimo. Sobretudo a gente da política, que subiu com José Sócrates, conspirou com ele e zelosamente lhe amparava os delírios.