Ele há canalhas por toda a parte...
Quem conhece o funcionamento do Conselho de Estado sabe - mas há muito gente por aí fora que o desconhece e parece até que mesmo dentro do próprio Conselho - que o que é dito nas reuniões é matéria estritamente reservada e sigilosa, salvo o que resultar da divulgação da sua agenda e do comunicado final.
Por outro lado, nas reuniões, apenas estão presentes os seus membros.
Constitui portanto dever de oficio e questão de honra e de honorabilidade pessoal respeitar os compromissos que resultam da qualidade de membro desse órgão, mantendo silêncio para o exterior - exterior no qual se (especialmente) incluem os órgãos de comunicação social - sobre o que nas reuniões do Conselho foi dito e discutido.
Portanto quando aparece uma notícia que diz que Cavaco estraga unanimidade do Conselho de Estado sobre sanções relatando com suficiente detalhe o que esse membro por direito próprio referiu na reunião do Conselho, não resta senão concluir que alguém de dentro do órgão se resolveu comportar como um canalha. E que tendo Cavaco as ideias que tem sobre o actual governo e a maioria parlamentar que o suporta não é difícil imaginar que o garganta funda é afecto à actual maioria de esquerda. O que, sabendo-se o que se sabe e conhecendo-as as personagens, até nem é nada de estranhar...
Post scriptum (para não se confundir com (o) ps...):
Confirma-se que foram outros conselheiros que chibaram cá para fora o que foi dito na reunião do Conselho de Estado - e que parece que o fizeram sem o menor pingo de vergonha e com uma absoluta indiferença pela dignidade devida ao cargo, mas mantendo-se cobardemente acoitados no sigilo jornalístico sobre as fontes de informação. Uns bufos, portanto.
É, pois, de concluir que não temos nos órgãos superiores da Nação gente de carácter e de princípios, que sejam verdadeiros estadistas.
Estamos bem entregues....