A ler...
Um governo do partido derrotado nas urnas, chefiado por uma nulidade irresponsável, herdeiro da histórica competência do PS, repleto de adolescentes mentais e iluminado pela ponderação do PCP e do BE tinha tudo para funcionar. É a história do maluco que se lançou várias vezes do 3.º andar com consequências aborrecidas - e agora lança-se do 5.º para ver se aterra ileso.
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Contemplar a querida pátria através dos media, e sobretudo das televisões, é suportar intermináveis lengalengas acerca da "normalidade democrática". É ouvir louvores ao "entendimento" da maioria parlamentar. É perceber a resignação, entusiástica ou apática, aos indivíduos que tomaram conta de um país mal-amanhado e, tarde ou cedo, devolverão um destroço irrecuperável. O maluco continua a cair e apenas se debate a limpeza da calçada que o espera.
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...estamos num país onde a esquerda não tolera a existência de "reaccionários" ou "neoliberais" (convém simplificar para não perturbar os analfabetos). E onde a "direita" pede licença, e frequentemente desculpa, por existir. Uns possuem uma visão sectária e senhorial do regime, os outros suspeitam ser inquilinos a prazo. Uns determinam os limites admissíveis do discurso, os restantes vivem receosos de ultrapassá-los.
Alberto Gonçalves, Aos comentadores da "direita", no DN